Ricardo, filho de empresários sonhava ter "aquele carro". Nunca passou por dificuldades na vida. Sempre estudou nas melhores escolas. Desde criança, muito mimado. Uma criança sem limites, mas que sabia o que queria: "aquele carro!" O tempo passou. Ricardo cresceu e recebeu a promessa dos pais de que se passasse no vestibular ganharia "aquele carro". Claro, não seria muito difícil para ele, já que teve a melhor "educação". Porque o que realmente importava para ele era "aquele carro". Chegado a época das provas, o pai lhe pergunta? - E aí filhão?! Preparado? - Claro, pai! O pai tira o carro da garagem e espera o filho para juntos irem até a Universidade. Chegando lá, todos arregalam os olhos admirados pelo carro que acabara de chegar. Um carro importado, blindado e muito cobiçado. - Vai lá filhão! Boa sorte! Correndo para não chegar atrasado, Ricardo entra na sala e depois de uns 15 minutos começa a prova. Algumas semanas depois Ricardo confirma estar entre os primeiro colocados. A família festejou muito. Churrasco, bebidas. Tudo do bom e do melhor. E no meio da festa o pai chama Ricardo. Venda seus olhos e o leva em direção a garagem. E pede que ele tire a venda dos olhos. Quando ele olha, não consegue acreditar. - Pai! Isso é um sonho! - Tome, pegue a chave e sinta o ronco do motor. Ricardo, extasiado pega "aquele carro" dos seus sonhos e sai para dar uma volta. Depois retorna e continua curtindo a festa. Pedro, um auxiliar de serviços gerais estava prestes a concluir seu curso supletivo. E não tinha muitas expectativas, pois precisava trabalhar para sustentar seus dois filhos. - Mulher, finalmente terminei meus estudos! - Que bom! Tomara Deus que você consiga um emprego melhor. Pedro, com muito esforço conseguiu comprar uma moto usada e mudou de emprego. Certa noite quando voltava para casa, de madrugada um carro em alta velocidade veio em sua direção avançando o sinal e o despedaçou ao meio. Tudo muito rápido. A polícia chegou e registrou a ocorrência. Um jovem aparentemente embriagado e que se recusava a fazer o teste do bafômetro foi levado até a delegacia e depois liberado. Era o Ricardo que havia saído de uma boate e voltava para casa sentindo o ronco do motor "daquele carro". Sua carteira foi suspensa, mas a sua liberdade não. Enquanto ao Pedro, sua vida foi suspensa, mas o futuro de seus filhos "não se sabe"! Tudo graças "aquele carro"...
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