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Opinião
12/11/2011 - 10h04
A crise dos Correios
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Desde o advento do selo “Olho de Boi”, em 1843, o Brasil cultiva um certo pioneirismo nos serviços de correios. Foi o segundo país do mundo a lançar um selo, apenas três anos depois da Inglaterra inventar o sistema, que é o pré-pago da correspondência. Depois vieram outras inovações até que, em 1931, foi criado o serviço aéreo, grande indutor da integração nacional. Com maior ou menor eficiência e os recursos tecnológicos disponíveis em cada época, o sistema sempre foi confiável e atendeu as expectativas da comunidade, inclusive com a rapidez nas entregas. Mas, de tempos até agora, seu sucateamento é visível. Acumulam-se correspondências, atrasam-se encomendas e a clientela não tem mais certeza de que suas remessas chegarão ao destino. Quem envia impressos verifica que seu material não chega a todos os destinatários e não tem a quem reclamar. Mas o pior foi revelado pela operação policial desta semana: com a ajuda de funcionários, quadrilhas desviam e roubam documentos e cartões de crédito postados pelas instituições financeiras a seus clientes.

Embora a polícia tenha identificado o crime e prendido os autores, a repercussão do fato causa enorme prejuízo à imagem e à confiabilidade dos Correios. Como empresa pública e detentora do monopólio postal, a organização tem suas obrigações perante a sociedade e delas não pode se furtar. Lamentavelmente, desde o desmonte iniciado no governo Collor, os Correios tem perdido terreno e piorado a qualidade dos seus serviços. Mais recentemente foi vítima de diretores errantes, indicados pelo loteamento político do governo, que se envolveram em falcatruas e, como sempre, deixaram sua nódoa sobre a imagem da empresa.

Mesmo pertencendo ao governo, o Correio é uma instituição e até um direito da sociedade. Seu funcionamento regular é do interesse geral. A difícil realidade hoje vivida pelo setor sugere a necessidade de um grande movimento para o seu resgate. É preciso verificar se o atual modelo de gestão é adequado ou não e, com urgência, fechar todas as válvulas que possam tumultuar o tráfego regular do material postado e, principalmente, garantir a sua segurança. O usuário precisa voltar a ter a confiança de que sua correspondência ou encomenda chegará ao destinatário dentro do prazo estabelecido e de que, no caminho, jamais sofrerá violação ou desvio.

A tecnologia, cada dia mais popular, oferece diferentes alternativas para o envio de mensagens, comunicações e encomendas. Na medida em que o Correio estatal deixa de prestar bons serviços, crescem os meios alternativos que não têm fé publica mas costumam ser eficientes. É necessário se fazer algo para salvar a tradicional instituição Correios do Brasil. Trata-se de uma grande estrutura, com uma valorosa equipe de profissionais especializados, que pede socorro.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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