Os últimos eventos que o Brasil testemunhou em decorrência das denúncias contra o ministro do Trabalho Carlos Lupi revelam um acúmulo de tensões que dificilmente poderá se manter sem solução. Chega uma hora em que a vara não mais se verga e acaba rachando. Até então, a demissão dos ministros e servidores públicos anteriores acusados de corrupção não afetaram sobremaneira a gestão e bem menos ainda a imagem da Sra. Dilma Estela Wanda Roussef, graças à prestimosa ação de redução de danos promovida graciosamente pela mídia engajada, que duplamente reforçou ao público a sua condição de novata no trato da coisa pública, omitindo que foi ministra-chefe da Casa Civil por longos anos durante o governo Lula, bem como e principalmente porque lhe escudou com o epíteto de “faxineira”. A alcunha pegou tão bem que conseguiu não somente blindá-la como até mesmo resultou em alguns pontos a mais em prestígio e popularidade. Todavia, não agradou a quem a colocou na cadeira da Presidência da República para mantê-la quentinha para o seu retorno. Embora absolutamente nenhum respingo tenha chegado a cair sobre a roupa do seu padrinho político, foi pensando apenas em si próprio - novidade! - que o tosco desceu-lhe a ordem de mandar parar com este negócio de limpeza. Como boa comissária, a presidente atirou na imprensa a própria vassoura que dela recebeu. Nada a estranhar - é da natureza do PT morder as mãos que a alimentam e protegem. Petistas e lobos são da mesma família biológica. O fato é que, despida do avental de dona-de-casa, figurino que jamais lhe caiu bem - haja vista para o seu desempenho no programa Mais Você - Dilma já não tem mais como varrer pra longe de si a sujeira dos seus lobos, ou em latim, lupi. A propósito, está mesmo é bem casada com Lupi, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, como o próprio deixou bem claro: “- Só saio à bala. Te amo!”. Cientes da vulnerabilidade da preferida do chefe, e atemorizados porque mais um dos grandes da alcateia foi alvejado - sem contar que outros mais venham a ser também - os petistas reuniram a sua alcateia para atacar a imprensa, requentando o velho projeto de censurá-la. Este é o cenário atual: Se Lupi sai, Dilma pode se complicar; se fica, assume com ele a imagem de cúmplice da corrupção. Não há mais cartas embaixo da manga, e virar a mesa, como os petistas querem, parece improvável, visto que já tiveram melhor oportunidade não aproveitada. Nota do Editor: Klauber Cristofen Pires (libertatum.blogspot.com) é bacharel em Ciências Náuticas no Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar, em Belém, PA. Técnico da Receita Federal com cursos na área de planejamento, gestão pública e de licitações e contratos administrativos. Dedicado ao estudo autodidata da doutrina do liberalismo, especialmente o liberalismo austríaco. Possui artigos publicados no Mídia Sem Máscara, Diego Casagrande, Domínio Feminino, O Estatual e Instituto Liberdade. Em 2006, foi condecorado como "Colaborador Emérito do Exército", pelo Comando Militar da Amazônia.
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