Em Brasília, a segurança patrimonial com cães ainda não é um mercado muito explorado. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores no Distrito Federal (SINDESP-DF), Irenaldo Pereira Lima, isso ocorre por falta de conhecimento sobre a eficiência desse serviço e, principalmente, por algumas pessoas acreditarem que os cães sofrem maus-tratos. “Os cães têm a audição e o faro cem vezes mais apurado que o ser humano, podendo ser ainda maior, depende da raça. Eles estão sempre em alerta. Mesmo enquanto dormem, conseguem identificar uma ameaça antes que ela se aproxime”, afirma Irenaldo. A raça mais adequada para esse tipo de trabalho é o Pastor Alemão, mas os cães da raça Rottweiler também podem ser utilizados. O presidente do Sindicato afirma que esse serviço é solicitado, na maioria das vezes, por donos de residência que viajam e deixam a casa sozinha. Para trabalhar na segurança patrimonial, o cão é previamente selecionado e passa por um treinamento que dura, em média, de três a seis meses, dependendo da raça e do adestrador. O vigilante que irá trabalhar com o cachorro precisa ter o certificado de adestrador. O curso, chamado de zinotecnia, é ministrado por militares das forças armadas, policiais militares e civis que tenham a qualificação adequada. Além disso, vigilante e animal passam por um curso de seis meses para adaptação. Durante o curso, o cão aprende os comandos básicos, como sentar, deitar, ficar, cumprimentar, além dos comandos de ataque. Segundo Irenaldo, o ideal é que eles sejam treinados por adestradores formados dentro dos quartéis da polícia ou dos bombeiros. “O animal precisa ser adestrado para ser um cão de guarda e não um agressor. Ele tem de conhecer, respeitar e obedecer ao adestrador, por isso a importância do trabalho entre o vigilante e o cão”, afirma o presidente. O presidente ainda esclarece que para trabalhar com cães, a empresa precisa solicitar a autorização da Polícia Federal (PF). Além disso, tem que apresentar os vigilantes que se habilitam para o serviço, o canil onde o animal irá ficar nos períodos de descanso e toda a documentação do cachorro, constando o registro com as vacinas e a declaração de saúde. Os cães também são registrados na Polícia Federal, possuem arquivo nas empresas, são obrigados a passar por cursos de reciclagem e, quando estiverem trabalhando, precisam usar um colete com o nome e a logomarca da empresa. Os animais são de responsabilidade da empresa, que tem a obrigação de zelar tanto pela segurança, para que o cão não morda ninguém, quanto pela sua saúde e integridade física. Para Irenaldo, esse tipo de trabalho não configura maus-tratos porque, para realizarem a tarefa, os cachorros precisam estar bem tratados, sadios e não podem ser agressivos gratuitamente. “O animal deve ser alimentado de 12 em 12 horas, ter local de descanso com amplo espaço para circulação, além de água limpa e fresca disponível a qualquer hora. A empresa precisa garantir canil apropriado, separando macho da fêmea. Os cães não podem ficar trancados o tempo todo e devem ter momentos de lazer e carinho com os seus tratadores”, conclui Irenaldo.
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