Dependência econômica é mundial. Isso ficou muito claro com a crise financeira que teve início no final de 2008 e, até o momento, muitos países ainda sofrem com isso. E porque não dizer que todos sofrem, já que o efeito cascata pode causar a queda na exportação, saída de investimentos estrangeiros, desvalorização da moeda e assim por diante... O Brasil, como todos, também é afetado por tudo isso. Um exemplo é a diminuição da exportação de diversos produtos para China, por conta de um crescimento no PIB (Produto Interno Bruto) menor do que nos últimos anos. A expectativa de crescimento do país asiático para 2011 gira em torno de 9%. No ano anterior, foi de 10,4%. É claro que muitos devem pensar: e isso é estar mal? Claro que não, mas, como em toda queda, haverá mudanças comportamentais - tanto das pessoas quanto da economia. Países que dependem, principalmente, de exportações para manter suas contas equilibradas, precisam estar com o radar ligado para possíveis mudanças - e de uma hora para outra. Aqueles que contam com a China então... Como é o caso do Brasil. Para termos uma ideia do caso, em 2002, apenas 5% do total das nossas exportações iam para lá. Em 2011, chega perto dos 20%. É claro que a nossa economia brasileira está bem, até porque, se não estivesse, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s, uma das mais conceituadas do mundo, não elevaria em um degrau a nota de crédito soberano do Brasil. A justificativa, de acordo com as agências de notícias, é que o nosso governo tem demonstrado seu compromisso de atingir as metas fiscais. A “queda” chinesa, se podemos nomear assim, pode ser muito positiva para o Brasil, que poderia usar e abusar mais do seu potencial interno - já que exportaria menos e poderia também, muito bem, importar menos também. E isso pode ser utilizado para todos os mercados nacionais, desde alimentação até serviços de terceirização, que, em muitos casos, já estão importando mão-de-obra. O Brasil tem de permanecer nesse ritmo. Não adianta crescer rapidamente sem ter base. Temos de nos preparar para sermos o país do futuro. Se já não formos... Nota do Editor: Waldemar Hazoff Júnior, professor dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, é economista e engenheiro químico e mestre em Administração.
|