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SEÇÃO
Crônicas
12/12/2011 - 10h01
Os extremos de um círculo
Antonio Brás Constante
 

Tudo que é extremo é limitado por natureza. Finito. Pois se é extremo não tem mais para onde avançar, chegou ao limite. Estagnou. Não importa se isso é relacionado a idéias, ações ou qualquer outra coisa. O extremo é o fundo de um poço, e talvez o ponto de partida para se voltar atrás, de começar a repensar atitudes.

Um terrorista quando movido pelo extremismo é alguém com quem fatalmente não adiantará qualquer diálogo, pois está disposto a ir até o extremo máximo que um ser vivo pode chegar, ou seja, a morte, findando sua vida por causa de suas incontestáveis causas, praticando atos detestáveis para alcançar este fim, culminando com seu próprio fim.

Muitos passam suas vidas em busca dos extremos, o extremo prazer, a extrema emoção, a extrema perfeição, a felicidade eterna (uma forma extrema de felicidade), visto que a eternidade pode ser encontrada mesmo em um mero instante (que tantas vezes passa despercebido e pisoteado na corrida ao extremo das coisas), e quando aqueles que isso almejam lá chegam, ao ponto mais extremo que buscavam, se vêem em um lugar como outro qualquer, e se olharem para trás vão tristemente notar que passaram batidos por tudo aquilo que valia a pena ser encontrado e que, muitas vezes, já não tem mais como retornar.

Nosso planeta redondamente constituído, mesmo em sua mais imperfeita geometria circular, é um bom exemplo a ser analisado. Muitos falam em extremo sul, extremo norte, mas o mais extremo esta apenas um passo atrás de onde estamos, e assim sucessivamente. Vivemos em pontos extremos de um círculo, e estes extremos mudam conforme nos movemos, e o mais distante e mais próximo passa a ser o lugar por onde acabamos de passar.

Buscar o equilíbrio das coisas sempre é uma opção, mas alguns confundem equilíbrio, ou mesmo centrismo, com egocentrismo, entendendo que devem ser o centro de tudo, e ao invés de encontrar harmonia se transformam em buracos negros puxando tudo e todos para seu centro de gravidade, pois para essas pessoas qualquer falta de atenção ao seu universo é algo da maior gravidade.

E assim como os tais buracos, até mesmo a luz que por esses indivíduos passa é sugada para dentro de sua gigantesca e voraz vaidade, e é utilizada como sendo sua. São extremistas pensando que são o centro de todas as atenções e que o mundo gira ao seu redor.

Enfim, assim como os extremos são o ponto final, eles também podem ser o ponto inicial de qualquer coisa. Vejo um pouco disso nos aniversários. Nascemos em um determinado ponto da existência e a cada ano vamos tomando distância, seguindo rumo a derradeira inexistência. E se nós pararmos para pensar, ao longo de cada ano mudamos (ou temos a chance de poder mudar) gostos, pensamentos, atitudes e ações, crescendo, amadurecendo, e até, quem sabe, escrevendo sobre isso...


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc.blogspot.com) é escritor.

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