O Santos FC foi ao Japão com uma tarefa obrigatória e não tão simples, como alguns poderiam crer e o Internacional sentiu na pele: vencer a semifinal! Essa tarefa tornou-se ainda mais complexa quando seu adversário foi definido: o campeão japonês, que conta com três brasileiros: dois dentro e um fora de campo. A torcida santista surpreendeu, comparecendo em grande número ao estádio, apesar da maratona que deve ter sido a viagem e do frio. Um torcedor rival, num programa de rádio, demonstrando uma solene dor de cotovelo, além de sérios problemas de visão e raciocínio, “tirou onda” do Santos, dizendo que, se o Alvinegro da Vila for campeão, talvez consiga mais uns cinco torcedores... A resposta do apresentador foi perfeita: “Se maior torcida fosse garantia de título, a China seria campeã de tudo!”. Francamente, o que importa é aonde a gente chega por méritos! E o Santos está lá com todos eles, dentro e fora de campo! E assim foi que, superando o nervosismo da estreia e o fato de jogar contra um time da casa, o Alvinegro conseguiu uma bela vitória coletiva, mostrando que Neymar é muuuuito importante, mas que tem companheiros que também sabem resolver. É importante destacar que o Kashiwa Reysol não tinha nada de bobo, pois passar pelo Monterrey não era tarefa tão fácil. Nelsinho arrumou bem o time, com destaque para o lateral direito Sakai, autor do gol japonês e pretendido pelo Santos. Nenhum dos gols do Alvinegro foram frutos da inocência da defesa adversária, mas da competência de Neymar e Borges, em abrir espaços mínimos para o arremate, em meio à forte marcação nipônica; e de Danilo, cobrando falta com perfeição, mostrando uma habilidade que ainda não era destaque em seu currículo. Tivemos, ainda, bolas na trave e outros lances agudos, embora nossa defesa tenha voltado a inspirar preocupação. Não dá para esconder que Durval, na lateral esquerda, é uma improvisação; e que Leo, vindo de contusão, talvez não aguente o “tranco” de 90 minutos contra o temível Barcelona. Adriano também faz falta num meio de campo onde Henrique não brilhou, Elano pouco apareceu e Ganso tem lampejos, mas ainda não está em plena forma. Agora, passada a obrigação inicial - cumprida com méritos! -, o Santos tem pela frente uma luta tipo Davi e Golias, uma missão quase impossível: vencer o Barça! A menos que o Al-Sadd promova a maior zebra da história do futebol mundial! Mas, já que estamos falando de Davi e Golias, é bom lembrar que o Qatar fica por perto de onde essa história aconteceu... Qual o segredo para vencer o Barcelona? Não tem novidade desde que existe o futebol: marcar mais gols do que leva! Para isso, no entanto, é preciso ter muita concentração, espírito coletivo, fé e, aproveitando a período pré-natalino, lembrar que só peru morre na véspera ou quando o jogo é na Argentina. Kashiwa 1 x 3 Santos: o jogo foi na Terra do Sol Nascente, mas, foi aqui que o dia nasceu feliz! Que venga el Barça! Ou não... Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.
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