No ambiente profissional, uma regra é clara: você é o único responsável pela sua carreira e empregabilidade, portanto, cabe a você cultivá-la de modo a ampliar as oportunidades. Quando pensamos em carreira, automaticamente pensamos em um caminho a ser seguido. Uma carreira é realmente um caminho, uma trilha profissional feita de posições e ocupações que nos agregam conhecimento e experiência enquanto percorremos. Carreira também pode ser vista como uma escada, em que vamos subindo à medida que temos estrutura para galgá-la. Só podemos subir de degrau quando estamos aptos a enfrentar os desafios apresentados pelo degrau seguinte, do contrário corremos o risco de retornar ao degrau anterior ou, ainda pior e até mesmo mais comum, sofrermos uma queda. Sendo assim é fundamental que saibamos claramente qual caminho queremos trilhar, qual escada queremos subir, pois assim compreenderemos e estaremos melhor preparados para suas curvas, seus buracos, seu piso. Logo, o primeiro passo é traçar um objetivo geral. Tem de ser geral, pois atualmente as mudanças são muito frequentes e ocorrem tão rapidamente que o objetivo deve ser amplo o suficiente para caber pequenas alterações e ajustes. Ele deve funcionar como um rumo a seguir e não como uma coordenada específica. Com um objetivo traçado, podemos então determinar nossas metas. As metas são factíveis, mensuráveis e têm data para se realizar. Para a realização das metas, precisamos de um plano de ação, e esse deve ser bem claro em relação ao o que fazer, quando fazer, como fazer e por que fazer. Os objetivos, e consequentemente as metas e o plano de ação, devem estar muito bem alicerçados em dois pilares: (1) nossas preferências e aspirações (e para compreender estes dois itens, é recomendado então um constante trabalho de autoconhecimento); e (2) na dinâmica dos mercados, ou seja, nos setores e segmentos mais promissores à consumação do objetivo pretendido. O que foi exposto até aqui é apenas uma relação de requisitos necessários para que possamos fazer um Balanço de Carreira, afinal, sem sabermos o que queremos e como fazer, não temos como medir absolutamente nada, e um balanço é uma análise, um exame, uma verificação ou um resumo das contas. Em termos contábeis, adotemos balanço como demonstração sintética do estado patrimonial de uma empresa ou entidade (Dicionário Eletrônico Houaiss). Proponho trocarmos “empresa ou entidade” por “carreira do indivíduo”, ficamos então com Balanço de Carreira como uma “demonstração sintética patrimonial da carreira de um indivíduo”. Quem aqui há de questionar o emprego do termo “patrimonial”? Vamos nomear os itens que compõem o nosso patrimônio de carreira: motivação, credenciais, experiência, inteligência emocional, conhecimento, resultados, networking e remuneração. Entendo essa lista como ampla o suficiente para uma boa avaliação da carreira. Aprofundemos um pouco em cada item: A motivação é a sua energia. Nesse sentido, procure avaliar quanta energia, quanto empenho você conseguiu aplicar em seu trabalho ao longo do período avaliado em seu balanço. Quanto motivado estava no início do período e quanto está agora? Qual projeto, atividade ou desafio mais lhe motivou? Qual o que mais sugou suas energias? As credenciais são seus diplomas, suas certificações e seu histórico profissional. Diante disso, procure pensar sobre quais credenciais adquiriu no período. Você se habilitou em alguma tarefa? Se formou em algo? As credenciais “conversam” com os itens “conhecimento” e “experiência”, mas a diferença entre eles reside nos títulos, que são conferidos quando na sua aquisição, já o conhecimento e a experiência implicam em aspectos informais, portanto nem sempre titulados. Podemos analisar o conhecimento e a experiência por meio dos livros que lemos, dos congressos, seminários e workshops que participamos, das novas tarefas a nós conferidas, do sucesso com que concluímos essas tarefas, da eficácia que adquirimos em nossas atividades, do quanto fomos desafiados e como respondemos a esses desafios e de quanto aprendemos ao longo do período. Inteligência emocional está ligada a como reagimos diante das decepções, incertezas, injustiças etc. Consiste em expressar as emoções de forma equilibrada, sem surtos ou ataques. Você se manteve no controle de suas emoções? Está lidando melhor com os colegas, subordinados e chefia? Consegue expor seus sentimentos e emoções apropriadamente? Semeou otimismo, alegria e positivismo ao longo do ano? Quanto aos resultados, a reflexão pode se dar no sentido de analisar se atingiu e superou as metas estabelecidas por você e pela empresa. Quanto você contribuiu para o resultado de sua organização? E para seu departamento? Devemos ir além: quais os recursos empregados para o cumprimento do resultado? Com quanto esforço o alcançou? A network, ou rede de relacionamentos, deve ser muito bem cultivada, ou seja, não podemos recorrer aos amigos somente quando precisamos e, sempre que possível, devemos auxiliá-los quando nos for solicitado. Nesse período que passou, sua rede foi bem cultivada? Foi ampliada? Qual a qualidade desses relacionamentos? São pessoas bem qualificadas, confiáveis e disponíveis? E você, se faz confiável à sua rede? Ofereceu ou requisitou préstimos? Por fim, a remuneração é um item lógico e numérico, que auxilia em muito o balanço e torna a questão mais simples: sua remuneração aumentou no último ano? Como foi o comissionamento ou a PLR? Com seu Balanço de Carreira elaborado fica mais fácil analisar se seu patrimônio profissional aumentou no último período, em quais áreas ele sofreu melhorias mais significativas, quais áreas demandam maior atenção e, por fim, quais as metas e objetivos específicos para o período seguinte. Faça o seu e comece a planejar 2012, você só tem a ganhar! Boa sorte e sucesso! Nota do Editor: João Xavier, engenheiro e diretor geral da Ricado Xavier Recursos Humanos (www.ricardoxavier.com.br).
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