Pode ser labirintite
Tontura, vertigem e sensação de ouvido cheio são os principais sintomas de labirintite. Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), cerca de 40% dos brasileiros já teve essa sensação em algum momento da vida. Para a médica especialista em otorrinolaringologista, otoneurologia e em doenças do labirinto do Hospital Iguaçu, Rita de Cássia Mendes a disfunção que afeta o labirinto, órgão responsável pelo equilíbrio, ocorre quando existe uma alteração no ouvido interno, pois é ele o responsável pela audição e pelo equilíbrio do corpo. “A doença provoca tontura rotatória também chamada de vertigem, desvios ao caminhar, tendência de queda, perda auditiva, zumbido e intolerância a sons”, explica. A crise labiríntica apresenta também vertigem de intensidade severa acompanhada de náusea, vômitos, sensação de desmaio, taquicardia e falta de ar. “Esses sintomas devem ser tratados, pois impossibilita o paciente de realizar as atividades diárias, como por exemplo, trabalhar, passear, dirigir e conversar com amigos. Somando o zumbido e à dificuldade auditiva, dificulta inda mais a compreensão de fala, comprometendo seriamente a qualidade de vida do paciente”, conta a Dra. Rita. A tontura labiríntica se agrava quando há consumo de substâncias tóxicas e estimulantes do labirinto como, por exemplo, a cafeína (presentes no café e bebidas tipo cola), a teína (chás preto, chás mate, chimarrão), a nicotina (cigarro e outros elementos do tabaco), o consumo em excesso de açúcar e sal, traumas na região cervical, traumas acústicos e pressão atmosférica (altitude e mergulho). Para a especialista a disfunção que afeta o labirinto tem como suas principais causas os problemas vasculares (hipertensão arterial, anemias e insuficiências vasculares), alterações no metabolismo de gorduras (colesterol, triglicerídeos e lipídeos e carboidratos), erros alimentares, toxicidade de medicamentos (antibióticos e antiinflamatórios), tumores, infecções, exposição a ruídos intensos e degeneração de elementos sensoriais do ouvido interno. Em casos de crise, a Dra. Rita recomenda que o paciente faça repouso, e que permaneça com a cabeça reta e olhar fixo num ponto à frente. “Imediatamente deve levá-lo ao hospital. Assim, o médico poderá realizar uma medicação injetável antivertiginosa para cessar o vômito. Porém, por curto período, para não interferir na investigação da causa do problema”, enfatiza a médica. Já para evitar a doença, é necessário manter uma vida saudável. “Praticar exercícios físicos, adotar hábitos alimentares adequados e sem exageros, principalmente, carboidratos e gorduras. A automedicação também deve ser evitada, pois os remédios que tratam apenas os sinais, como a tontura, não curam a origem do problema, portanto, ele voltará”, alerta a especialista. Exames e tratamento Os exames otoneurologicos poderão diagnosticar a doença e suas causas. Entre os exames realizados durante a avaliação médica estão: os exames auditivos (audiometria e eletros da audição), testes do equilíbrio estático e dinâmico, gravação dos movimentos oculares (provocados pela estimulação labiríntica por videonistagmografia) e avaliação vestibular (vertigem posicional). De acordo com o cirurgião otorrinolaringologista, chefe da equipe do Hospital Iguaçu, Dr. Maurício Buschle, Curitiba conta com os melhores centros para tratamento, entre as cidades brasileiras, e possui os mais avançados equipamentos diagnósticos da vertigem. Durante o tratamento serão utilizados medicamentos, reabilitação vestibular, orientação alimentar e de atividade física, atividades de lazer e em poucos casos recomenda-se a cirurgia. “O tratamento, na maioria dos casos, é especifico, pois dependerá das causas. Porém, é necessário lembrar que quanto mais imóvel estiver o paciente, maior será o desequilíbrio corporal”, destaca a médica.
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