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Crônicas
24/12/2011 - 08h02
Um Natal de outros tempos
José Ronaldo dos Santos
 
 
Arquivo JRS 
  Tia Aninha (93).

Hoje todo mundo aguarda o Natal esperando presentes. É bem diferente de outros tempos, quando ninguém sonhava com Papai Noel e lojas de tudo quanto é novidade. Prazer dessa época era o Reisado que surpreendia sempre.

No Sapê, a praia onde nasci, sabíamos que o Natal não estava muito longe porque ajudávamos a vovó Martinha e a Maria Balio a montar o presépio na capela. As imagens (bois, carneiros, reis magos, pastores, Jesus Cristinho e seus pais) eram guardadas no armário da sacristia, junto com os outros objetos sagrados. Restava pouca coisa para nós crianças fazermos, além de juntarmos conchinhas no lagamar.

Depois que um canto do templo era demarcado, alguém muito prestimoso fazia um ranchinho coberto de palhas, colocava areia da praia e algumas pedras. Em seguida, a nossa tarefa era acompanhar a vovó na queimada, uma vasta área de vegetação na areia quente que se estendia do Porto do Eixo ao Pontal, onde apanhávamos musgos, líquens, pequenas plantinhas e muitas cascas de cigarras para o toque final junto com a estrela feita de alumínio de lata de leite.

Feito o presépio, sabíamos que já era um tempo litúrgico chamado de Advento, quando tinha reza todas as noites até a famosa Missa do Galo chegar. Pronto! Era Natal! Uma festa acontecia: tinha doce de mamão e puxa-puxa para todos. Os adultos, ou melhor, os homens bebiam vinho que não sei de onde vinha. Mas era vinho! A consertada era para todos igualmente. A mamãe adorava. Depois se abraçavam e iam para casa quando os galos desandavam na cantoria. Afinal, só numa data tão excepcional ficávamos acordados até a virada do dia. Muitos diziam: “Agora já é amanhã!”. Só mesmo o nascimento do menino-Deus para me fazer cuspir nas mãos, molhar os olhos e não dormir como muitos outros pelos bancos. De vez em quando, no dia 25, logo depois do almoço, alguém aparecia com uma bola colorida, carrinho de plástico e boneca. Ai que alegria!

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