Ah, ele é assim: já nasceu camaleão! Doce feito beija-flor, vaidoso que nem pavão. Como foi que enricou? Virando raposa velha. Tremendo espertalhão! Se era peixe miúdo, agora é tubarão. Mas mora feito sardinha na lata e é sujo que nem leitão. Dorme feito cachorro largado, come que nem passarinho! Que mão de vaca! Tem solução?

Ah, não se engane não! Jeito manso de carneirinho, mas é macaco velho em qualquer questão! Não leva coelho por lebre. Que se cuide a concorrência! Ele é tigre bem treinado e não gasta o dente em vão. Pra conversa alheia tem ouvido de teiú. Escuta daqui, dali, catando a informação. E se for boa a deixa? Faz boca-de-siri em prol da situação...

Com seu olhar de peixe morto provoca dó. Tenham comiseração! Mas é pura enganação. Gosta de cantar de galo, agoura que nem coruja, seu espelho é o falcão. Quando está aborrecido? Sai da reta, meu irmão! É língua de maritaca, sem limite ou dimensão. Fala cobras e lagartos e não poupa palavrão... Não cutuca a onça com vara curta! Vai nessa não!

Ah, o bicho é fera na encenação. Tem abraço de tamanduá se lhe rende frutos, alguma aproximação. Chora lágrimas de crocodilo e por um beiço de pulga não convence com seu dramalhão. E nem tem dó de quem cai feito um patinho! Puro espírito de porco, urubuserva sua vida, oferece proteção... Acredita não! É só o pulo do gato! Não caia na embromação!

Se a causa é para si, gruda feito carrapato. Ah, esse baita gavião! Com pescoço de girafa garimpa a situação. Cabeça de cupim, ideia de jerico, pensamento de jacu ou cara de toupeira? Nã nã nim nã não! Pra anta não tem vocação. É esperto pra cachorro! Colega de cobra... Com cheirinho de gambá, esse amigo do leão.

Olhar arguto de águia! Presta atenção! Se a coisa aperta? Quem era lesma agora é perna de ema e canela de cão... Não é bobo não! Dá logo seu beijo de aranha e mexe o chão! Mas esse lobo em pele de cordeiro, que cavalo azarão! Qualquer dia é boca cheia de formiga. Cê vai ver só que confusão!

(Coitados dos bichinhos, que não têm nada a ver com o homem.)