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Opinião
16/01/2012 - 17h05
Inimigos públicos, amigos íntimos
Dartagnan da Silva Zanela
 

Todo bom entendedor sabe que fascismo e socialismo (em todas as suas variantes, inclusive o nacional-socialismo) são macabros irmãos siameses. Entretanto, chega ser gozado o quanto que se procura dissociá-los como se fossem inimigos naturais. Bem, apenas procedem por essa via aqueles que estão acostumados a raciocinar a partir de esteriótipos maniqueístas de livros didáticos.

Dito isso, vejamos algumas curiosidades que estão presentes na história e ausentes no ensino dela. Mussolini era chamado pelos seus pares fascistas de Duce, mas donde veio este apelidinho? Do movimento socialista. Isso mesmo! Como você deve saber, antes do Duce fundar o partido fascista ele era um ardoroso militante socialista. Após a libertação de Mussolini (ele havia sido preso por convocar uma greve geral em 24 de setembro de 1911), Olindo Vernocchi, um histórico socialista, declarou: “A partir de hoje, Benito, você não é apenas o representante dos socialistas da Romanha. É o Duce (guia) de todos os socialistas revolucionários da Itália”.

Naturalmente não nos esquecemos e nem mesmo desprezamos o fato dos fascistas terem perseguido os socialistas, porém, não desdenhemos o fato de que quem mais matou socialistas no mundo foram os próprios socialistas. Sempre após a tomada do poder iniciava-se a disputa interna entre as lideranças dos partidos e do movimento socialista de um modo geral e, consequentemente, o morticínio.

De mais a mais, Benito fundou um partido novo devido a querelas internar ao movimento socialista em torno da estratégia que deveria ser utilizada para se chegar ao poder e, devido a isso, temos o nascimento do partido fascista. Aliás, na reunião inaugural deste, ele declarou guerra ao partido socialista, mas não ao socialismo.

E se pelos frutos conhecereis, não deixe de comparar as características de um Estado Corporativo Fascista com os traços elementares de uma “Democracia Popular”, de um Estado Socialista, e verá que as diferenças são mínimas, para não dizer insignificantes.

Em resumo, estes movimentos políticos totalitários são legítimos irmãos siameses de birra um com o outro e não inimigos naturais, como muito bem nos mostra J. O. de Meira Pena em sua obra “A ideologia do século XX”, obra que mereceria um pouco mais da atenção das almas tagarelantes e ensinantes deste país para, quem sabe, iniciarem um necessário tratamento de sua turvada visão.

Tudo isso parece esquisito, sim, mas apenas para aqueles que confundem palavras com a realidade. Palavras que esquematizam o real reduzindo a sua complexidade a insignificância dos repetidores de frases prontas.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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