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Opinião
17/01/2012 - 17h00
Aprendizagem sistêmica
Marina Borges Budin
 
Como motivar os alunos a trabalharem juntos?

Não é de hoje a vontade dos professores em despertar em seus alunos o desejo de gostar da escola e torná-los cada vez mais motivados pela busca por novos conhecimentos. Há controvérsias sobre a aplicabilidade de jogos motivacionais, que podem trazer efeitos negativos para a sala de aula. A Aprendizagem Sistêmica oferece uma variedade de alternativas para prevenir que esses acidentes aconteçam.

Recompensas e motivações provocam problemas frequentes. Não motivamos nossos alunos colocando uns contra os outros e formando uma sala de aula em que existem “ganhadores” e “perdedores”. A motivação por recompensas pode existir momentaneamente, mas não cumpre o objetivo de transformar a sala de aula em uma comunidade de aprendizes, além de provocar o distanciamento de um número determinado de alunos que, frequentemente, perde nas competições.

O programa Aprendizagem Sistêmica pouco tem a ver com esses métodos antigos aplicados. O programa constantemente produz resultados impressionantes, sem os efeitos negativos que as recompensas e competições podem trazer.

Há mais de 35 anos, pesquisas sugeriram que as recompensas tangíveis e esperadas minavam a motivação dos alunos. Funcionava da seguinte forma: “Se você fizer isso, terá aquilo em troca”.

Os alunos têm sistemas cerebrais complexos, grande determinação e necessidade de autonomia. Não bastam, portanto, recompensas baseadas somente em pontos positivos e estrelas em prol de um bom desempenho. Uma vez que as premiações são retidas, os alunos tendem a se desmotivarem. O interesse passa ser somente pelo prêmio, razão pela qual isso pode prejudicar diretamente o desempenho em sala de aula.

Não devemos criar sistemas de incentivos que prejudiquem o interesse dos alunos pelo conteúdo; devemos, sim, criar artefatos que os inspirem o entusiasmo e a curiosidade. Se quisermos uma turma que tenha um bom desempenho escolar, a utilização de recompensas irá contribuir negativamente, impedindo a cooperação entre eles e tornando a aprendizagem desvalorizada.

Para produzir uma aprendizagem significativa e duradoura, temos de tornar uma aula mais emocionante, pois o aprendizado emocional é mais bem-recordado. Aprender baseado em premiações torna o aprendizado mais limitado.

Um dos princípios com os quais trabalhamos na Aprendizagem Sistêmica é a Interdependência Positiva, que cria situações em que os alunos se sentem do mesmo lado, e que o sucesso de um aluno contribui diretamente para o sucesso do outro, ou seja, este princípio incentiva os alunos a ajudarem uns aos outros e trabalharem juntos, criando um senso de comunidade e não de competição.

A competição para muitos gera estresse e ansiedade, causando danos à aprendizagem na memória, no desempenho e na concentração. Mas temos inúmeras estratégias motivacionais que trabalham de forma positiva sobre esses alunos. Aqui, em vez de competição, com recompensas e punições, o nosso foco é a cooperação!

Pesquisas revelam que elogios, recompensas verbais ou feedback positivo aumentam a motivação e a autoestima, permitindo sentir-se bem não somente pelo elogio recebido, mas perante a pessoa que nos elogiou. A emoção criada com estas atitudes influencia nossas ações.

As estruturas oferecidas pela Aprendizagem Sistêmica possibilitam trabalhar as habilidades sociais de parabenizar, escutar, cumprimentar, despedir etc. A estrutura Dupla Dinâmica, por exemplo, permite trabalhar essas habilidades sociais sem a existência de recompensas, e sim por meio de emoções positivas que trabalham o clima cooperativo na sala de aula.

Algumas estruturas da Aprendizagem Sistêmica, tais como “Várias Cabeças, Uma Sentença”, “Dupla Dinâmica”, “Quiz-Quiz-Troca” e o “Jogo da Memória” trabalham a motivação com o conteúdo de maneira supervisionada. A ideia é permitir a troca de opiniões e é essa interação na sala de aula que torna os alunos extremamente motivados.

Cooperação, criatividade, lealdade, perseverança e responsabilidade são virtudes trabalhadas que visam à construção do caráter. Podemos ensinar nossos alunos a se sentirem orgulhosos ao observarem o seu próprio trabalho, sendo a reflexão um poderoso método para alcançar este objetivo.

A Aprendizagem Sistêmica oferece uma vasta quantidade de estruturas que podem ser aplicadas em sala de aula. Com isso, possibilita ao professor inovar o método de ensino que costumava ser monótono, passando este a trazer uma novidade a cada dia. Assim, tornamos uma sala de aula mais descontraída, compartilhando nosso entusiasmo pelo aprendizado.


Nota do Editor: Marina Borges Budin é Orientadora e Consultora do portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). Graduada em Administração de Empresas, cursa MBA em Gestão de Pessoas na Fundação Getúlio Vargas.

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