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Opinião
18/01/2012 - 07h06
Sob o luar da Toscana
Gilberto Rodrigues
 

Costa Concordia, noite alta, sob o luar da Toscana... Esse poderia ter sido o começo de uma mensagem postada no Facebook, por algum passageiro romântico, a bordo do transatlântico às margens do território italiano. Uma rachadura de cinquenta metros no casco não apenas impediu aquela mensagem, mas provocou um dos maiores desastres marítimos da história.

Relatos de passageiros salvos, inclusive brasileiros, descrevem um cenário de caos, desespero e impotência diante dos minutos que se seguiram à avaria da nave. Tudo leva a crer que um dos mais luxuosos transatlânticos do mundo falhou no principal quesito de qualquer meio de transporte na atualidade: a segurança das pessoas.

O abandono do navio pelo comandante, bem antes de se completar o resgate dos passageiros, agrega um componente a mais na tragédia. Comandantes devem ser os últimos a abandonar o barco, é o que afirma o dito popular, embasado nos códigos de navegação. Detido pela polícia italiana e indiciado por homicídio culposo - imperícia e negligência - o “capo” do Costa Concordia deverá enfrentar um processo, cujos desdobramentos podem atingir também autoridades em terra - que não fiscalizaram adequadamente as condições de treinamento da tripulação.

Desde a tragédia do Titanic, há cem anos, alimenta-se o imaginário sobre o perigo que ronda os navios no mar. Naquela época, não havia GPS... A tecnologia melhorou a segurança, mas não substituiu a expertise humana. Comandantes e tripulações devem estar preparados para o imponderável, o imprevisto, o incalculável... Hoje se destina muitos recursos para a segurança antiterrorismo no transporte aéreo e marítimo, mas acidentes como o do Concordia indicam que a segurança básica ainda é minimizada.

Os autos desse processo de apuração das responsabilidades serão volumosos, cheios de provas técnicas, perícias e depoimentos. Talvez se chegue próximo à verdade dos acontecimentos. O fato de que a garrafa de champanhe não quebrou no batismo do Concordia explicará, para os supersticiosos, o destino selado da embarcação.


Nota do Editor: Gilberto Rodrigues é professor do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina, foi professor visitante da Universidade de Notre Dame (EUA), doutor em Relações Internacionais pela PUC-SP, mestre pela Universidad para La Paz (ONU/Costa Rica) e pós-graduado pela Universidade de Uppsala (Suécia).

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