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Crônicas
20/01/2012 - 09h01
A onda
Adilson Luiz Gonçalves
 

Meu filho já havia comentado comigo sobre o filme alemão “A onda” (Die Welle, Alemanha, 2008), exibido em sua escola.

Fiquei curioso com seu relato, lembrando de outro filme: “Entre os muros da escola” (Entre les murs, França, 2008), que já assisti.

Recentemente, pude vê-lo, junto com meu filho, e fiquei impressionado!

A cinematografia alemã não é muito conhecida, quase restrita a clássicos expressionistas da década de 1920 e, mais recentemente, aos filmes de Herzog, Fassbinder e Wenders.

Os atores alemães atualmente em voga também são poucos: Franka Potente, Jürgen Prochnow, Bruno Ganz e Armin Mueller-Stahl, entre outros. No mais, a distribuição internacional de filmes alemães é limitada, especialmente no Brasil. E os temas são recorrentes, quase sempre expiações do nazismo ou dramas pesados, com atores pouco empáticos.

Nesse sentido, “A onda” foge desse estereótipo:

Ele é ambientado numa escola, na semana do equivalente ao tupiniquim “projetão”: atividade interdisciplinar, em que um tema é proposto e desenvolvido, sob orientação docente.

Um professor planejara falar sobre “anarquia”, mas outro já antecipara essa escolha. Coube a ele, a contragosto, abordar a “autocracia”...

Lá vem nazismo, outra vez? Não exatamente.

O “mea culpa”, mesmo entre adolescentes, estava ali, outra vez; e mesmo o professor era jovem. Os próprios alunos criticaram essa recorrência de assunto, alegando que a chance disso voltar a acontecer era ínfima.

O professor, motivado por essa descrença, resolve simular o modelo autocrata na classe...

Paro a descrição do filme por aqui, para afirmar que, como pai e docente, há muito tempo não via um filme tão bem construído, verossímil (baseado em fatos reais!) e intrigante.

Sem pieguice ou exageros, ele mostra adolescentes de várias classes sociais, assédio moral escolar, famílias bem ou mal resolvidas e professores amedrontados e frustrados, tendo como “pano de fundo” a atual crise europeia.

O filme poderia ter sido feito, com pequenos ajustes, no Brasil! Na verdade, pode ser considerado universal, se lembrarmos que a adolescência é uma época de transição, em que a juventude pode ser presa fácil de modismos, vícios ou líderes religiosos ou políticos despreparados, inconsequentes ou mal intencionados.

Louvo a iniciativa dos professores que o exibiram na escola de meu filho! Creio que os pais também deveriam vê-lo, incluindo os que soltam demais, prendem em demasia ou não estão nem aí, pois a sociedade em que vivemos é consequência do que fazemos ou deixamos de fazer. Sua mensagem pode ser extrapolada para o âmbito religioso, ideológico, esportivo, social... Talvez só os líderes radicais e seus seguidores fanatizados não o entendam e repudiem.

“A onda”, apesar de algumas cenas “déjà vu,” merece ser vistos e discutido por jovens e adultos, preferencialmente em conjunto! Pois este “filme” está em cartaz no cotidiano...


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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