É com tristeza e pesar que posso agora constatar que pessoas conhecidas, tidas como do "bem", de boas famílias, que vi crescer, que em inúmeras oportunidades convivi, que até ontem frequentavam o nosso seio social, tenham se vendido tão barato. Venderam seus princípios e suas dignidades. Quando os identifiquei como pares, coniventes, integrantes incondicionais deste "çuper grupelho" confesso, fiquei realmente enojado. Apartados da realidade que os aguarda, imaginam que conseguirão viver e conviver em um outro mundo, quando um novo dia amanhecer e a luz mostrar os cacos de todos os espelhos que ajudaram a quebrar. Andarão por aí, cabisbaixos e de viés? A vergonha os obrigará a cruzar a rua, para o outro lado da calçada? Inacreditável e lamentável é ainda reunirem-se e orarem em torno de uma só fé. De uma crença. Mas, no que crêem eles na verdade? Pelo que e para quem oram e pedem? Imploram perdão à noite pelas maldades cometidas durante o dia? Que fé é esta que imaginam praticar quando, convictos de suas atitudes, transfiguram o bem e edificam o mal? Faço votos e desejo muito que despertem desta hipnose inconsequente e em nome de seus filhos retomem suas consciências. Recuperem suas dignidades. Reassumam suas vidas. Reencontrem-se com a verdadeira fé.

Ronaldo Dias
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