No dia a dia entre compromissos intermináveis, almoços atrasados, sono perturbado, tudo temos, muito perdemos. A cada grande vitória, uma perda, seja de tranquilidade, seja de tempo, ou até mesmo de saúde. Hoje, manter é uma tarefa mais difícil que ganhar. Vivemos cercados da falta de paciência, do estresse, da insensibilidade dos que nos cercam. Na vida tudo que nos pode ser dado, mais fácil pode ser tirado, e essa certeza nos leva cada vez mais à solidão, à desconfiança e à melancolia. Vida de adulto, onde sabemos onde queremos chegar, mas não podemos imaginar o caminho que vamos percorrer ou por qual estrada a vida vai realmente nos levar. Agimos como máquinas, calculamos, esquematizamos, planejamos, com foco e com frieza, mas no fundo somos humanos, e esta humanidade ferve como um grande vulcão, implorando para explodir, implorando para queimar, implorando para seguir seu destino. Ela esta lá, adormecida, esperando a hora de vir à tona, esperando para realmente fazer valer a pena tudo pelo que passamos e aprendemos. Ela está lá, não na promoção do emprego, no limite do cartão de crédito ou no grande negócio fechado. Ela está na alma, nas lições de nossos pais, nas brincadeiras de nossa infância, nas aulas do colégio, naquele primeiro beijo, entre as realizações e as derrotas de nossa história. Buscar uma vida melhor não é um erro, erro é buscar o melhor sem pensar na vida. É por tudo isso que devemos buscar, todos os dias, a nossa humanidade, pois ela não pode vir de ninguém e por nada material, ela só se evidência pelo desejo sincero de amor por nós mesmos e os que nos cercam. Invisível como o ar, essencial como a água, diferencial de todas outras espécies. Sem ela somos simples animais brincando de ser racionais. Marcio Barbosa Gonçalves marcio_1978@yahoo.com.br
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