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Medicina e Saúde
26/02/2012 - 15h07
O que a TV nos diz a respeito da infertilidade?
Márcia Wirth
 

O conhecimento sobre as técnicas de reprodução humana assistida está disperso por uma série de canais difusores: cinema, televisão, revistas, blogs, redes sociais, jornais... Conjuntamente, todos estes meios de comunicação contribuem para o conhecimento público sobre as tecnologias reprodutivas e ajudam a construir o significado social de infertilidade e reprodução.

A produção de conhecimento do nosso tempo já não é função exclusiva da ciência. O encontro da ciência com a população se dá de diferentes formas. E os discursos sobre infertilidade são muito variados: há a palavra do médico, a do jornalista, a dos personagens de ficção da novela, a das mulheres que enfrentam problemas para engravidar nos fóruns da Internet...

“Não obstante toda a informação disponível, muitos casais que enfrentam problemas para engravidar sentem falta justamente de ajuda e de informação. É comum nos depararmos com casais seriamente ‘afetados’ pela overdose de informação sem embasamento científico. No Brasil, como não contamos com campanhas educativas públicas sobre o tema, as telenovelas e a Internet têm sido as principais fontes de informação dos casais inférteis”, afirma o ginecologista Newton Busso, diretor do Projeto ALFA, Aliança de Laboratórios de Fertilização Assistida (www.projetoalfa.com.br).

Infertilidade na TV

E desde a pioneira Barriga de Aluguel, em 1990, temos a presença nas telas de temas relativos ao universo dos casais inférteis em evidência. Já vimos em Vida da Gente um personagem “vendendo sêmen” para o próprio irmão; já vimos uma “inseminação caseira” em Insensato Coração; já vimos uma “inseminação post-mortem” em Escrito nas Estrelas... “Já vimos O Clone e atualmente acompanhamos uma série de fatos ficcionais sobre reprodução humana assistida em Fina Estampa”, observa o médico.

Segundo Newton Busso, desde o nascimento do primeiro bebê de proveta da humanidade: Louise Brown, na madrugada de 25 de julho de 1978, no Hospital Geral de Oldham, Manchester, Inglaterra, as notícias sobre infertilidade despertam a curiosidade do público.

“O que até então parecia impossível acabara de se tornar realidade. Com um bloqueio nas trompas, sua mãe, Leslie Brown, só conseguiu engravidar quando encontrou o embriologista Robert Edwards e o ginecologista Patrick Steptoe. Foram necessárias diversas tentativas até que vingasse o embrião que viria a ser Louise Brown. E como toda novidade é sempre vista com receio. Na ocasião, não foi diferente. A mídia e a comunidade científica viram com desconfiança o feito de Steptoe e Edwards”, conta o ginecologista.

Desde então, bebês de proveta, doação/recepção de material reprodutivo humano, congelamento/descarte de embriões, clonagem, medicina genética, Bioética, Biodireito, dentre outros temas, não deixaram mais de contar com ampla exploração midiática.

Desinformação gera medo

Para Newton Busso, a ficção sobre reprodução humana assistida tem efeitos colaterais no consultório. “A cada capítulo de Fina Estampa, ouvimos a mesma pergunta de pacientes assustados: ‘isto pode acontecer na vida real’? É importante destacar que se o fato retratado na novela pertencesse ‘à vida real’ seria considerado uma infração ética flagrante. Todos os médicos que trabalham com reprodução humana assistida devem conduzir-se de acordo com a Resolução Nº 1.957/2010 do Conselho Federal de Medicina (CFM)”, diz o diretor do Projeto ALFA.

A norma, que regula a conduta médica, passou por uma atualização, após 18 anos de vigência da resolução anterior. E como não existem leis a respeito do tema no Brasil, em casos de problemas e contestações, a Justiça, invariavelmente, segue a determinação do CFM.

“O cumprimento destas diretrizes assegura a boa prática no Brasil e reforça o que foi estabelecido no Código de Ética Médica. Estas determinações não atrapalham os índices de sucesso das clínicas de reprodução, ela criam parâmetros necessários para a conduta médica que precisam ser observados sempre”, destaca Newton Busso.

Assim, é preciso informar ao público como se dá a doação de óvulos e espermatozóides. “É muito importante saber que o anonimato completo é base do sistema de doação de óvulos e espermatozóides no nosso país e todas as clínicas que adotam estas práticas devem seguir à risca as recomendações do Conselho Federal de Medicina: a doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial; os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa; na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que um(a) doador(a) venha a produzir mais do que uma gestação de criança de sexo diferente numa área de um milhão de habitantes; a escolha dos doadores é de responsabilidade da unidade, que dentro do possível deverá garantir que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a máxima possibilidade de compatibilidade com a receptora; não será permitido ao médico responsável pelas clínicas, unidades ou serviços, nem aos integrantes da equipe multidisciplinar que nelas trabalham participar como doador nos programas de Reprodução Assistida”, diz o diretor do ALFA.

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