A concentração de altos índices pluviométricos, aliada à desídia, com o assoreamento dos rios e córregos centrais e, a falta de consciência ambiental dos ribeirinhos, que tem como hábito, o uso dos leitos d’água, para descarte de esgotos sanitários, lixo doméstico, mobiliário e, eletrodomésticos imprestáveis, são os maiores responsáveis pelos resultados perniciosos das enchentes. Perniciosos, porque além dos prejuízos matérias, há os prejuízos invisíveis. Estes, mais graves, pois coloca em risco a saúde de toda a população das áreas atingidas. A falta de tratamento de esgotos, ou onde existe o tratamento, mas não há ligação e, onde há as duas condições (tratamento e ligação), porém, a estação não funciona, há extravasamento e transbordamento das fossas conhecidas como sépticas e sumidouros; estes, encontrados em praticamente todo o município e, pela importância geográfica e pelo volume populacional que atende, vou citar sua presença, em todos os prédios da praia Grande (antes das ligações à rede de "tratamento" da Coambiental). Da praia Grande, estes sumidouros contribuem, pelo lençol freático, à putrefação do rio Acaraú e, sua respectiva Barra, no encontro do mar, em frente ao Camping Igawa, no Itaguá. Ufa! Quanta merda. As recomendações do especialista Dr Rui de Andrade Dammenhmain em "O perigo depois da enchente" (revista O Guaruçá) são muito pertinentes e, de baixo custo, como tentativas de evitar maiores riscos (não citados na matéria) das possibilidades epidêmicas. Vou, com a licença do amigo (Arquiteto) Sergio Abreu, transcrever sua opinião, publicada ontem no Litoral Virtual, com sugestão para que esta situação, pelo menos, se amenize no próximo verão. ..."Os fortes temporais que desabaram sobre Ubatuba nesta última semana, aliados ao aumento populacional devido à temporada de verão, deixaram a cidade submersa e caótica; se trouxeram desconfortos (no mínimo) e situações de calamidades, indicaram de forma clara os locais mais problemáticos, facilitando-nos o pensar com clareza suas soluções, tais como; o redirecionamento do fluxo de águas pluviais executados após um competente levantamento planialtimétrico por parte dos técnicos da prefeitura (eles existem e são competentes); a adoção de políticas de educação da população no tocante ao não assoreamento de riachos, valas e córregos; o impedimento de construções em áreas de riscos e de proteção ambiental, todas elas medidas de baixo custo financeiro e alto impacto na melhoria da qualidade de vida da cidade" Sergio Abreu. Com certeza, não há recursos municipais para investimentos em grandes obras para a supressão destes e, de tantos outros problemas, causados pelo uso excessivo dos espaços públicos e, as superocupações (muito acima dos parâmetros estabelecidos pelas tabelas de engenharia) de imóveis tidos como residenciais e, utilizados como comerciais. Será necessário que o Governo do Estado assuma sua responsabilidade, fazendo todos os investimentos necessários na construção e na instalação de (toda) infra-estrutura para que Ubatuba possa continuar recebendo, centenas de milhares de paulistas, sem correr o risco de exterminar (totalmente) sua maravilhosa paisagem.
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