Somos o País das startups e um dos países que mais atraem investimentos estrangeiros. Mas, junto à inovação e ao potencial de mercado, temos grandes carências para a implementação de novos negócios. O número de empresas que iniciam suas operações no Brasil e o de companhias nacionais com aporte estrangeiro (para comprar participação acionária ou controle) cresce vertiginosamente. O aumento do poder de compra das classes sociais brasileiras menos abastadas fez surgir uma população ávida pelo consumo, e os grandes problemas econômicos enfrentados por Europa e Estados Unidos incentivaram ainda mais o investimento mundial em novos mercados como o Brasil. O cenário que vemos hoje no País é o das oportunidades, em todas as áreas da economia. O problema são os obstáculos - ou melhor, uma série deles - que as empresas estrangeiras enfrentam ao chegar por aqui, que vão desde a infraestrutura à legislação local, passando pelos aspectos mercadológicos. Uma vez que se inicia a implementação dos primeiros projetos, o peso das nossas ineficiências, a falta de estrutura e a burocracia provocam gastos não planejados e causam grande frustração aos gestores e investidores que aqui desembarcam e não entendem o que está acontecendo. Muitas vezes temos que investir um bom tempo explicando aos recém-chegados como funcionamos. Quem já passou por isso sabe exatamente do que estou falando. Não é fácil entender e muito menos explicar para investidores estrangeiros, por exemplo, nossa complicada legislação trabalhista e tributária. O Brasil tem ótimas opções de investimento e se mantém promissor aos novos negócios. Mas ingressar em qualquer mercado novo, principalmente em países complexos como o nosso, requer suporte de uma empresa local e de profissionais experientes que pavimentem esta iniciativa. Estudar o mercado-alvo, entender seus mecanismos, as particularidades destes e a cultura local são pontos importantíssimos que devem ser analisados e considerados em qualquer iniciativa deste tipo, seja para startup ou compra de participação de mercado. Para quem inicia uma startup ou investe em uma delas, é importante ter em mente que as dificuldades poderão ser significativas, dada a pouca exposição destas empresas. Portanto, é preciso ser muito bem equacionadas para se obter o retorno esperado. Acredite, nem todas as empresas ou investidores fazem isso de forma estruturada. Nota do Editor: Vladimir Ranevsky é fundador da T-PYX Assessoria Empresarial, com foco em gestão empresarial.
|