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Opinião
13/03/2012 - 06h05
A desindustrialização do Brasil
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A participação da indústria caiu para 14,6% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Nível igual ao de 1956, quando éramos apenas um país rural em início de industrialização e não a sexta economia do mundo. Especialistas dizem que, no atual estágio, o ideal seria o setor responder com 25% do PIB, e apontam a falta de competitividade de nossos produtos como um dos principais motivos disso não acontecer. No livre mercado, importamos muito e exportamos pouco quando não temos preços atrativos ao comprador.

A queda do PIB industrial ocorre pela materialização da crise decorrente da elevada carga tributária e de outras obrigações que oneram a produção. Tudo isso somado à moeda forte em relação ao dólar faz nossos preços explodirem e leva industriais nacionais a desmobilizarem a produção, adquirir produtos importados ou até transferir a própria produção para outros países mais favoráveis, como a China, Índia e até a vizinha Argentina. Suas empresas continuam vendendo os produtos ao mercado brasileiro mas geram empregos industriais e tributos naqueles países. O fenômeno é largamente conhecido no setor calçadista, cujos gigantes brasileiros quase todos se mudaram e aqui mantêm apenas o mercado consumidor. Outros setores também sofrem a permanente desnacionalização, que pode ser constatada com a simples verificação de etiquetas nas prateleiras.

Recentemente o governo adotou medidas protecionistas em favor das montadoras multinacionais de veículos aqui instaladas. Sobretaxou os importados de forma que eles perderão a competitividade no mercado local. Esse, com certeza, não deve ser o melhor caminho, pois não traz nenhum benefício ao comprador, que continua pagando o preço mais alto do mundo pelo automóvel.

O grande caminho é a desoneração fiscal. Os produtos não podem chegar ao mercado gravados por alíquotas que chegam até a metade do seu preço final pois, se isso acontece, não são competitivos e sofrem a concorrência dos importados.

Se o governo diminuir sua fome fiscal, o setor produtivo terá motivação para voltar a operar em território nacional. Deixará de ser vantajoso manter a produção no outro lado do mundo para atender ao mercado brasileiro. Com boas políticas, poderemos até repatriar os investimentos que migraram mas continuam dependendo do nosso consumidor.

Depois da agricultura, fonte primária da economia, a indústria foi o grande fator do desenvolvimento brasileiro. Com o seu trabalho chegamos ao atual patamar. Agora vivemos o fenômeno que muitos classificam como “desindustrialização”. Algo de muito urgente tem de ser feito para corrigir o rumo. Se continuarmos como país de elevada carga tributária, corrupção, impunidade e maus serviços públicos, a recessão será a única certeza. Oremos...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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