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SEÇÃO
Crônicas
14/03/2012 - 15h05
Caminhando na praça
Irleide de Souza
 

Bem perto de minha casa tem uma praça. Já foi palco de grandes eventos com artistas renomados da MPB, por conta das campanhas eleitorais. Graças a Deus e às leis de proteção ao cidadão, esses são tempos idos.

Bem mais legítimas são as manifestações de artistas de rua, tão genuínos e que estão a serviço da arte, da alegria e da diversão sem partidarismo.

Hoje a praça é um aclamado local de práticas esportivas. Já há algum tempo é bastante freqüentada para caminhadas. E agora, alguns aparelhos recentemente instalados atraem pessoas que vem de longe para se exercitar.

A consciência me pesou quase tanto quanto os quilinhos extras que meu médico tanto condena e lá fui, bem cedinho, caminhar.

Apesar do sol já forte em plena 7:00 horas da manhã, a praça estava cheia de gente.

Fui caminhando e sentindo com o olhar, com os ouvidos, com a musculatura, com o suor, com a pulsação e respiração mais aceleradas o que acontecia ao meu redor.

Que lição de democracia dessa “minha” praça! Que diversidade de pessoas compartilhando do mesmo local! Lembrei do genial poeta: “A praça! A é do povo / Como o céu é do condor”. (1)

Estavam ali jovens de corpos esculturais, roupa de ginástica e tênis adequados aos exercícios que praticavam; pessoas de meia-idade também devidamente uniformizadas; idosos em seu animado grupo e aqueles que parecem preferir ficar sozinhos; mães com seus bebês nos carrinhos; pessoas caminhando com seus cães, alguns soltos outros na coleira; e, ainda, os cachorrinhos abandonados que ficam embaixo do ponto do ônibus e se apossam do banco de concreto e que tem também quem os protejam.

Dá pra notar pessoas que chegam em carrões, roupas caras, acessórios idem, muito bem equipadas, óculos de sol importado e outras tão simples como o velhinho que faz sua “ginástica” de calça social, camisa de manga comprida e um surrado par de tênis nos pés, rosto marcado por tanta história...

Vou caminhando e ouvindo histórias entrecortadas, pois não consigo ouvir o final de nenhuma delas, já que cada um tem o seu ritmo de caminhada e o meu é lento, de iniciante que, como diz a música “...Ando devagar / Porque já tive pressa.” (2)

E caminhando vou louvando a beleza plural da praça, a mesma do meu país, esse imenso Brasil continental, capaz de acolher tantas diferenças. Me senti em paz ao perceber um pedaço tão humanizado dessa grande metrópole.

Essa humanidade perdida até mesmo dentro de mim parece que está sendo encontrada e então, após uma hora de caminhada, voltei para casa bem mais leve, pesando menos, muito menos.

Referências:

(1) O Povo ao Poder - poema de Castro Alves
(2) Tocando em frente

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