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Opinião
17/03/2012 - 12h00
Quem acredita no PIB argentino?
Alcides Leite
 

Recentemente, a revista inglesa The Economist parou de publicar os resultados dos índices de inflação na Argentina. O veículo alega que Buenos Aires vem manipulando esses índices e que as informações apresentadas não são confiáveis. No entanto, continua publicando os demais indicadores macroeconômicos argentinos, como crescimento do PIB, índice de desemprego, taxa de juros, déficit público e resultado das contas externas.

Quanto ao crescimento do PIB, o resultado em 2011 da economia argentina ficou próximo a 9%, contra 2,7% do Brasil. Já há alguns anos os resultados do crescimento econômico do país vizinho têm sido bastante superiores aos nossos. Muitos analistas brasileiros afirmam que as medidas protecionistas adotadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner têm apresentado resultados mais interessantes do que a política econômica adotada pela presidente Dilma Rousseff.

Contudo, além dos problemas futuros que as medidas adotadas pelo governo da Argentina certamente trarão ao país, é preciso considerar que os próprios resultados macroeconômicos divulgados podem ser enganosos. O cálculo do crescimento, por exemplo, deve ser feito em termos reais, isto é, descontando a inflação. Se esta for manipulada, o resultado do PIB também será. Se a evolução nominal do PIB, durante um ano, for de 15%, descontando-se uma inflação de 8%, teremos expansão real em torno de 7%. Porém, se a inflação verdadeira foi de 12%, então o crescimento real teria sido de apenas 3%.

É evidente que o cálculo do PIB real não é tão simples como exemplificamos, mas também é óbvio que a manipulação da inflação distorce os dados do crescimento, como de outros dados macroeconômicos. Para ser coerente com sua decisão de não divulgar os resultados da inflação na Argentina, The Economist também deveria deixar de divulgar vários outros resultados macroeconômicos do país. Do mesmo modo, aqueles analistas que tanto admiram as medidas do governo argentino também deveriam levar em consideração a falta de credibilidade dos indicadores divulgados pelos hermanos.


Nota do Editor: Alcides Leite é professor de economia da Trevisan Escola de Negócios e autor do livro “Brasil, a trajetória de um país forte”, da Trevisan Editora.

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