Sempre tive medo de chuvas com trovoadas. Cobria os espelhos, desligava aparelhos elétricos da mesma maneira que vi minha avó Totó fazer. Esse medo só agravou, na minha infância, com alguns incêndios que aconteceram na área da Petrobras. Mas a geração dos meus filhos não teve medo de chuvas e relâmpagos, foram criados assistindo o He-Man, que recebia um raio para ficar forte; o desenho tinha raios para todo lado. Com isso, todo meu medo foi motivo de piada para os meus filhos. Na adolescência, meu filho Rafael vinha para casa na hora da tempestade e como sabia que eu estava aflita esperando ele chegar, vinha gritando na rua cada vez que caía um raio: - Errou... errou de novo... Eu rezo até hoje para Deus perdoar esse pecador e sigo rezando enquanto dure a trovoada.
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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