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Opinião
30/03/2012 - 17h06
Ingratos conselhos
Dartagnan da Silva Zanela
 

Se conselho fosse bom não era dado, mas sim, vendido. Não é assim que reza do brocardo popular? Pois é, entretanto, não são eles que não prestam. Ruins são, muitas das vezes, os conselheiros por nós eleitos para nos orientar nos momentos de indecisão.

Seja ele bom ou ruim, um conselho é o chão por onde firmamos nosso passo quando tudo o mais pareça ser movediço. Aliás, a vida é assim. Um filme sem roteiro com vários diretores histéricos gritando em nossos ouvidos, exigindo que atendamos os seus surtos ao mesmo tempo em que querem que sejamos, como se diz, originais.

Entre estes estão nossos maus conselheiros. E, como de um modo geral nosso apreço pelos estudos é parvo e nossa entrega a companhia das obras da literatura universal é inexistente, nossos conselheiros acabam sendo, inevitavelmente, o medo e a soberba. Aliás, chega ser engraçado como essa dupla coexista em nossa mesquinha alma.

Dio Santo! Quantas e quantas vezes tomamos decisões, unicamente, movidos pelo medo devido nossa pobreza de imaginação. Concebemos poucas possibilidades para plena realização humana por desconhecermos, de modo deplorável, o que nos torna realmente humanos, por desprezarmos as possibilidades que a literatura pode nos apresentar.

Pensamos que tudo que há na vida são aqueles esteriótipos mesquinhos com os quais avaliamos e julgamos tudo o que existe em nosso entorno, rotulando simploriamente a vida ao mesmo tempo em que esvaziamo-nos de seu conteúdo, do humano conteúdo. E, na falta disso, da ventilação destes caminhos possíveis, o medo nos aconselha e nós o ouvimos prontamente. Não é por menos que hoje somos uma sociedade de desfibrados.

E o curioso é que ninguém assume essa pacóvia feição. Bem, é justamente aí que entra a tal da soberba para dar os seus palpites ao biltre que nos habita. Edificamos um espantalho mal forjado de grandeza fingida para colocar no lugar de nossa dignidade. Dizemos para nós mesmos: “eu sou maior que isso! O que vem de baixo não me atinge”. Não é que não nos atinja. Atinge e bate doído e temos medo de agir. Aí nos escondemos de nossa vergonha, de nossa fraqueza, de nós mesmos.

Grande passo seria se partíssemos na direção de conselheiros melhores. Porém, para tal empreitada seria necessário que estivéssemos dispostos a abandonar as companhias vulgares que tanto primamos. Mas, e quem disse que queremos abandonar a nossa pequenez moral? Quem disse?

Que cada um se auto-engane como quiser.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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