Anticoncepcionais com estrogênio não podem ser usados em certas condições. Faça o teste e veja se esse é o seu caso
A pílula anticoncepcional é a opção de aproximadamente 80% das mulheres para evitar a gravidez. O que muitas não sabem, no entanto, é que há algumas condições que limitam a escolha do contraceptivo oral combinado (aquele que contém dois tipos de hormônio: estrogênio e progesterona). A presença do hormônio estrogênio, por exemplo, muito comum a grande parte dos anticoncepcionais, potencializa alguns eventos quando associado a condições frequentes como fumo, sobrepeso e enxaqueca. Cada mulher é única. Um método que é certo para uma pode não ser a escolha mais adequada para outra. Por isso, é importante conhecer os fatores que interferem na escolha da pílula anticoncepcional mais indicada e sempre utilizar o método contraceptivo de acordo com a prescrição e a orientação médica. Responder a apenas três questões pode ajudar a mulher a verificar se usa a alternativa correta. Faça o teste e descubra: sua pílula é a mais indicada para você? Você... [ ] Tem sobrepeso? [ ] Fuma? [ ] Sofre de enxaquecas? [ ] Está amamentando? Está usando pílula anticoncepcional e apresenta... [ ] Dor de cabeça? [ ] Dor nos seios? [ ] Enjoo? [ ] Inchaço no corpo? Na sua família, alguém já teve... [ ] Câncer de mama? [ ] Ataque cardíaco ou pressão alta? [ ] Derrame? A resposta “sim” a qualquer uma das perguntas acima é indicativo de que pode haver contraindicação para o uso de alguns contraceptivos, por isso é importante observar esses aspectos, informar ao seu médico e verificar com ele se uma pílula anticoncepcional sem estrogênio ou algum outro método são mais adequados ao seu perfil. Saiba mais: O que é o estrogênio? O estrogênio é um hormônio feminino produzido da adolescência até a menopausa. Ele age sobre as células, a anatomia e o comportamento. Além de ser responsável pela textura da pele feminina, o hormônio está relacionado ao equilíbrio entre as gorduras no sangue. Para quem, então, os anticoncepcionais que contêm estrogênio não estão indicados? A contraindicação inclui as mulheres que fumam, as hipertensas e as que têm enxaquecas mais complicadas, dependendo de cada situação: idade, número de cigarros ao dia, níveis de pressão arterial, entre outros fatores. A presença de obesidade, diabetes, alterações lipídicas (colesterol e triglicérides altos) e o histórico de doenças do coração e de eventos tromboembólicos (formação de coágulo em vaso sanguíneo) também podem limitar o uso dos anticoncepcionais hormonais combinados. Quais são os riscos envolvidos? Os riscos, na maioria dos casos, envolvem eventos como infarto e derrame, principais causas de morte hoje no Brasil. Por isso, é importante estar informada e procurar orientação médica para a escolha do método mais adequado. Como funcionam as pílulas livres de estrogênio? As pílulas orais diárias apenas com progestagênio devem ser tomadas todos os dias, sempre no mesmo horário. Com esse tipo de pílula, não há pausa. Existem dois tipos: a de média dose (pílula contendo desogestrel), que age exatamente como as pílulas que combinam dois tipos de hormônio (estrogênio e progestagênio), inibindo a ovulação, e que pode ser usada por mulheres que estão ou não amamentando. O outro tipo é a de baixa dose (minipílula), cujo mecanismo de ação primário é deixar o muco cervical mais espesso e alterar a motilidade da trompa, sedo a inibição da ovulação somente o mecanismo secundário. Em que casos são indicadas? Têm a mesma eficácia dos outros anticoncepcionais? A minipílula é recomendada apenas para o período da amamentação, já a pílula de desogestrel é indicada na amamentação e fora dela, por apresentar mecanismo de ação semelhante às pílulas combinadas. Conforme já mencionado anteriormente, o mecanismo de ação principal da minipílula é o espessamento do muco cervical e a ação secundária é a inibição da ovulação. Por isso, sua eficácia contraceptiva é limitada (reduzida) em mulheres fora do período de amamentação exclusiva e, nesse caso, vem sendo utilizada apenas no período de aleitamento, já que não apresenta atividade contraceptiva confiável em mulheres que não estão amamentando. A pílula contendo desogestrel é o único progestagênio isolado de administração por via oral que apresenta eficácia semelhante às pílulas combinadas na inibição da ovulação (acima de 99%). Por isso, pode ser usada não apenas na amamentação, mas em qualquer fase da vida da mulher, constituindo-se em opção anticoncepcional a ser considerada em substituição aos anticoncepcionais hormonais combinados orais na presença de contraindicações ou restrições aos mesmos.
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