A ministra Eleonora Menicucci (da Secretaria de Políticas para as Mulheres) lançou o debate de forma bombástica, assumindo sua posição convictíssima pró-aborto, e voltando a bater na tecla de que o aborto é uma questão de saúde pública, pois as mulheres pobres não têm como recorrer ao aborto seguro, sendo vítimas assim das condições precárias em decorrência da clandestinidade. O argumento utilizado pela ministra militante para defender a legalização é reducionista, eivado de retórica. A legalização do aborto é uma falsa solução para os problemas de saúde pública, pois não irá solucionar as altas filas nos hospitais, a carência de leitos e medicamentos, a dificuldade da população pobre em marcar consultas etc. A solução para a gravidez indesejada proposta pela ministra não representa nenhum benefício para a mulher, pelo contrário, os especialistas honestos sabem que o aborto acarreta sérias conseqüências negativas (físicas e psicológicas), como, por exemplo, a síndrome pós-aborto, gerando mulheres deprimidas, inclusive com tendências ao suicídio. Sendo assim, o aborto em vez de resolver um problema, cria outros mais graves. Se hoje não temos vagas nos hospitais, para o atendimento de cirurgias de emergências, pacientes vítimas da violência urbana ou problemas cardíacos, será mesmo possível atender de forma adequada as mulheres que querem abortar com segurança? Em caso de legalização, as mulheres que recorrerão ao aborto continuarão sendo as que tem poder aquisitivo, principalmente as de classe média. As mulheres pobres continuarão sem acesso aos atendimentos básicos de saúde e vítimas da precariedade do sistema de saúde, que não dá conta das demandas básicas existentes. Diversas são as motivações inclusive econômicas dos que promovem a legalização do aborto. Primeiramente, como já apontou o Prof. Humberto Vieira, presidente da Associação Nacional PROVIDAFAMÍLIA, os interessados em transplantes de tecidos vivos defendem o aborto para experiências científicas com seres humanos vivos. Na Inglaterra, por exemplo, já se aprovou uma lei permitindo experiências com seres humanos até o décimo quarto dia após a fecundação. Nota do Editor: Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética, pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), diretor da Associação Nacional PROVIDAFAMÍLIA e Movimento Nacional da Cidadania pela Vida - Brasil Sem Aborto, e membro das Comissões em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB.
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