Leitos hospitalares estão entre as maiores carências do sistema de saúde brasileiro. Em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, há até 20% de pacientes além da disponibilidade de internação. Esse já seria, então, um excelente motivo para que as operadoras de planos de saúde investissem em recursos próprios – que englobam também pronto-atendimentos, hospitais-dia, laboratórios e farmácias. Mas há outros argumentos igualmente fortes. O principal é a conjugação de qualidade com controle de custos, uma equação rara em qualquer atividade econômica, acima de tudo na saúde. É importante ampliar ou inaugurar hospitais, mas não adianta somente ter mais unidades. Elas têm de oferecer melhores serviços e equipes qualificadas. Quem afiança a qualidade dessas instituições são organizações independentes de certificação de serviços de saúde. Na Unimed, o trabalho de estímulo aos recursos próprios empreendido nos últimos anos tem sido muito bem-sucedido. Hoje, há 100 unidades da marca no País, a segunda maior rede própria, depois das Santas Casas. Lembrando que a primeira Santa Casa do Brasil foi criada há quase 500 anos, em Olinda (PE), enquanto a Unimed completa 44 anos neste mês de dezembro. Até 2014, haverá mais 14 hospitais da marca, entre novos ou ampliados. A propósito, o índice de certificação dos hospitais Unimed chega a 14% e está em elevação. Comprovação de que são centros de tratamento da saúde adequados à sétima maior economia do mundo, que, segundo analistas, será a quinta maior, em alguns anos. Redes hospitalares de qualidade são fundamentais à saúde dos brasileiros. Por isso, é importante que os investimentos não se restrinjam aos grandes centros. Nos próximos anos, serão inaugurados hospitais Unimed em cidades como Santo Ângelo (RS); Resende (RJ); Ribeirão Preto (SP); Tatuí, Itapeva; e Coronel Fabriciano (MG). Há grande expectativa, também, para a inauguração do hospital Unimed na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Obras de ampliação e modernização ocorrerão, além disso, em Sorocaba (SP), com R$ 31 milhões bancados integralmente pela cooperativa, e em Novo Hamburgo (RS). A Unimed Belo Horizonte planeja investir R$ 500 milhões até 2014 para adicionar 550 leitos à sua rede própria, totalizando 900. A Unimed ABC, por sua vez, seguiu outro caminho: comprou, em agosto do ano passado, o Hospital Neomater e já começa a reformá-lo, para quanto antes atender aos clientes da cooperativa. Em geral, construções e ampliações são financiadas pelos próprios sócios das cooperativas médicas, por instituições públicas (BNDES, Caixa Econômica Federal) ou bancos privados. Há também os fundos regionais de desenvolvimento; de private equity; imobiliários e multimercados. Antes de investir, o administrador deve estar ciente de que o imóvel é apenas um dos desembolsos, embora substancial, que terá de fazer. Deverá adquirir equipamentos cada vez mais sofisticados e gerir competentemente suas equipes médicas, de enfermagem e de serviços gerais altamente qualificadas. Também terá de incorporar os conceitos mais avançados de hotelaria e gastronomia hospitalar. Sim, porque os pacientes exigem, além de tratamento eficiente, todo o conforto possível. Nesse aspecto, hoje, hospitais e hotéis são muito semelhantes. Enfim, há muitas contas a fazer, o planejamento tem de ser criterioso, mas tudo caminha a favor dos recursos próprios, pois a verticalização na saúde é uma realidade irrefutável. Nota do Editor: Rodolfo Pinto Machado de Araújo é Diretor Administrativo e Financeiro da Central Nacional Unimed.
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