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Opinião
22/04/2012 - 08h00
Censura às redes sociais preocupa
Mauro Leonardo Cunha
 

Convido os leitores à reflexão sobre recente decisão do juiz de Direito da Vara Especial Central de Inquéritos da comarca de Vitória (ES), que obrigaria os provedores de internet a bloquear o acesso a todas as páginas de redes sociais que ofereçam à população de Vitória a localização das blitzen da Lei Seca. Foi decretada a obrigatoriedade da extinção das comunidades "Utilidade Pública", do Facebook, e "Lei Seca", do Twitter, o que foi justificado em sua interferência na segurança das ruas.

A decisão que, à primeira vista parece conveniente, gera problemas constitucionais sérios, pois reflete um crescimento imoderado da cultura jurídica dos resultados, valorados quase sempre por sobre princípios e meios. A lógica aplicada aqui jamais poderá ser a do gerencialismo. É necessário pensar política e juridicamente uma vez que tratamos de direitos fundamentais.

A “cultura da canetada” aliada à ignorância tecnológica começa a gerar a “revolta do direito contra os fatos”. (O inverso do que preconizara Miguel Reale.)

Em reportagem sobre a decisão do juiz na revista Consultor Jurídico, meu colega da área de direito digital, Omar Kaminski destacou que uma das grandes e futuras discussões na e sobre a internet no Brasil é o que configura liberdade de expressão, quais são seus limites e o que pode configurar crime em virtude disso. Afirmou que “temos a barreira da impossibilidade prática no caso, pois o juiz determinou a retirada de ’todas as páginas que alertem’ sobre o fato, o que implicaria [a necessidade de] um monitoramento constante, parente da tão temida censura”.

A presença do Estado deve sim se fazer mais efetiva na rede aberta de computadores. Mas isto não quer dizer que o Estado de Direito possa desconstituir seu próprio arcabouço normativo básico e de cidadania para a obtenção de resultados práticos, por mais desejáveis que sejam.

A efetividade não pode ser a medida da eficácia, sob pena de substituirmos a República dos Princípios pelo império das finalidades. Isto seria a volta à barbárie.


Nota do Editor: Mauro Leonardo Cunha é advogado e sócio da BCCTorres Advocacia Corporativa. Email: cunha@bcctorres.com.

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