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Opinião
08/05/2012 - 12h01
A crise derruba governos
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Nicolas Sarkozy é o décimo primeiro governante da zona do euro a perder as eleições em função da crise. Os franceses trocaram sua política de austeridade econômica pela promessa de desenvolvimento do socialista François Hollande. A crise internacional também assombra o presidente Barack Obama, nos EUA, e faz muitos estragos em dezenas de outros países. Não é à toa que o Brasil, já em 2008, fez de tudo para evitar a chegada aqui da crise que se abateu e ainda reflete sobre norte-americanos, europeus e japoneses. Desde então, temos o incentivo ao crédito e a desoneração tributária em veículos, eletrodomésticos e outros produtos, como meios de alavancar o mercado interno. Ninguém sabe até onde isso pode vigorar, mas é a garantia da estabilidade do momento.

A redução dos juros, que o governo hoje promove, certamente é outro lance do grande jogo que a economia nacional trava contra a chegada e instalação da crise. É necessário, no entanto, observar as regras básicas de funcionamento do setor para não se correr o risco de explodir artificialmente o consumo e, como agravante, termos a volta da inflação. Isso seria a queda do sonho de estabilidade e prosperidade brasileira. Encontrar o ponto de equilíbrio é a grande tarefa do momento.

Desde a política dos barões do café, o Brasil sofre o problema da descontinuidade de procedimentos econômicos. Acusa-se o governo Juscelino Kubitschek - que construiu Brasília e incentivou a indústria - de ter nos conduzido à inflação alta. Por conta de ajustes, o Estado Brasileiro, com o passar do tempo, tornou-se voraz e centralizador. Por conta da má estrutura de arrecadação e fiscalização, muitas alíquotas foram fixadas em níveis elevados para compensar a sonegação e, sob o pretexto de evitar a corrupção, o grosso da arrecadação foi carreado para os cofres da união que, até hoje, redistribui parte do arrecadado para estados e municípios.

A grande tarefa do momento é, além de manter a crise no lado de fora de nossas fronteiras, criar um sistema tributário mais justo, inteligente e descentralizado. Com os mecanismos de arrecadação e controle hoje disponíveis nas redes informatizadas, a sonegação tende a ser mais baixa e permite a redução das alíquotas abusivas. Essa medida poderá ser um potente indutor da atividade econômica. No lado social, o governo, por seus órgãos, precisa criar meios de oportunidade e renda para a população de todas as faixas e, com a máxima urgência, reduzir ao indispensável o sistema de “bolsas”, que pode aliviar as tensões num momento, mas torna-se pernicioso e soa como esmola se mantido a um mesmo beneficiário por período prolongado.

Miremos os exemplos europeus (especialmente o da França). O povo não quer governos fortes e controladores. Sua opção natural é pelo desenvolvimento e oportunidades a todos. E quando o governante não entende isso, troca-se o governante. Em tempos de globalização, esse sentimento, cada dia, mais universal...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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