Atuação de profissionais despreparados pode ser evitada com a colaboração das empresas, das pessoas e com um maior rigor no processo de fiscalização
Um dos maiores problemas pelo qual o setor de segurança privada passa, atualmente, é a grande quantidade de empresas clandestinas que atuam no mercado, além de profissionais despreparados, onde a falta de capacitação específica compromete a segurança do contratante. Para se ter uma ideia, de acordo com os registros da Polícia Federal, em 2011, foram fechados 217 estabelecimentos que prestavam serviço de segurança privada de forma clandestina ou irregular, em todo o Brasil. O estado de São Paulo liderou o número de encerramentos, com 43 empresas fechadas, seguido por Goiás (34), Rio de Janeiro (25), Pernambuco (23) e Minas Gerais (15). No Distrito Federal, uma empresa foi fechada. Normalmente, os clandestinos atuam de forma desleal, cobrando um valor irrisório pela prestação do serviço. "É uma economia leviana contratar uma pessoa sem procedência e treinamento para fazer a segurança. Lidar com situações extremas exige capacidade técnica e preparação psicológica. Em caso de alguma ocorrência grave, a economia da contratação de um clandestino se converte em prejuízos morais e financeiros muito maiores", enfatiza Irenaldo Pereira Lima, presidente do Sindicato de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transportes de Valores do Distrito Federal (SINDESP/DF). Apenas empresas autorizadas pela Polícia Federal podem fazer segurança privada. Essa determinação parte do pressuposto de que lidar com a área de segurança em sociedade requer atributos técnicos, físicos e psicológicos que evitem atitudes destemperadas e vazias de legalidade por parte de quem não está licenciado. São considerados serviços de segurança privada a vigilância patrimonial, escolta armada, transporte de valores, segurança pessoal e monitoramento eletrônico. Para atuar, o profissional deve ter sido aprovado em curso de formação, exames de saúde e aptidão psicológica, além de passar por cursos de reciclagem a cada dois anos e estar ligado a uma empresa autorizada pela PF. “As pessoas tendem a contratar as empresas apenas pelo menor preço oferecido, e se esquecem de validar a capacidade técnica da organização. É um erro muito comum, verificado não só no campo da segurança, como em outras áreas de prestação de serviços. Nosso trabalho, enquanto entidade, surge da necessidade de orientar a todos como proceder nessas horas e evitar desgastes futuros”, enfatiza o presidente. Ele ainda reforça a necessidade de uma fiscalização mais eficiente. “Sem um controle mais rígido, dificilmente, o problema será solucionado. Por isso, além dos órgãos fiscalizadores, a população e os empresários também podem contribuir contra a clandestinidade, denunciando as empresas inidôneas”, alerta.
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