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Opinião
24/05/2012 - 06h08
Aos vencedores... você sabe
Dartagnan da Silva Zanela
 

A pena em meu punho esmorece. O tinteiro donde vinga o traçar de minhas letras cala-se. Isso se faz quando meus olhos, que dão direção ao curso das palavras ditadas por essa parelha, vislumbram o cenário que se desenha na brasílica paisagem deste ano.

Sim, mais um ano eleitoreiro desenha-se em nosso horizonte e isso não é motivo para regozijo. Isso mesmo! Ouso perguntar: o que, de fato, temos para celebrar? Não pensem que me refiro unilateralmente às nossas “otoridades”, não mesmo. Estes são apenas um turvo reflexo replicante da sociedade brasileira.

Quando vislumbramos o início da efervescência eleitoral tomando conta de todos o que aflora não é uma discussão madura que tenha por centro o bem comum. O que temos, às pampas, são trololós similares a conversas futebolísticas, similares a bate-bocas de torcedores de timinhos e não de cidadãos cônscios da realidade de sua polis. Trololós esses que têm como centro as necessidades umbilicais de cada um, ou de cada grupelho, esquecendo-se por completo do tal bem comum. Aliás, como podemos esquecer algo que sempre ignoramos por completo, não é mesmo?

Diante desse quadro, somente um estulto aplicaria à sociedade brasileira a alcunha de democrática. Não o somos e, para ser franco, creio que, de fato, nunca tentamos e nem mesmo desejamos nos tornar.

Palavras duras. Sei disso. Entretanto, sejamos sinceros: em regra, quando sufragamos nosso dito votinho nas urnas não estamos realizando um gesto que sinalize um claro sentimento de responsabilidade pela cidade onde vivemos. Bem pelo contrário! Sufragamos nosso voto de confiança em alguém que possa nos eximir de nossas responsabilidades cívicas.

Não queremos compromisso com o bem público, não desejamos nos sacrificar, minimamente que seja, pela comunidade, porém, indignamo-nos, gritando aos quatro ventos, que devemos ser tratados a pão de ló pelas “otoridades” e que merecemos receber serviços públicos de boa qualidade porque somos contribuintes, ora raios!

Pois é, mas como ensina o dito popular, o que engorda o boi é o zóio do dono e, nesse quesito, nossos olhos não estão dispostos, por hora, a ultrapassar as muralhas umbilicais que nos cercam, não é mesmo? Por isso, pergunto: como pode não haver corrupção em uma sociedade tomada por tamanha indiferença (depre)cívica? Como?

Por fim, como certa feita meu filho Johann escrevinhou, "mesmo que a mentira bata na verdade, mesmo que a injustiça insulte a verdade, mesmo que a ganância negue a verdade, ali estará ela, a Verdade". E a verdade sobre nossa cidadania é esta, mesmo que continuemos a negá-la descaradamente.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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