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Opinião
30/05/2012 - 11h00
Yes, nós temos bananas!
Antoninho Marmo Trevisan
 

Quase profética! É assim que poderíamos definir a letra da antológica marchinha carnavalesca Yes, nós temos bananas, de Alberto Ribeiro e Braguinha, gravada por Almirante em 1938: “Bananas pra dar e vender (...). Vai para a França o café, pois é. Para o Japão o algodão, pois não. Pro mundo inteiro, homem ou mulher, bananas para quem quiser (...). Somos da crise. Se ela vier, bananas para quem quiser”.

Basta fazermos uma simples abstração e conferirmos uma definição ampliada à nossa maravilhosa fruta tropical, para entendermos o porquê do bom desempenho brasileiro nas crises internacionais de 2008 e 2009 e, pelo que tudo indica, no infortúnio econômico atual da Europa e na performance descendente de imensos mercados compradores, como os Estados Unidos, Japão e até a China. As medidas anticíclicas adotadas na primeira onda contribuíram muito para que nosso país fosse o primeiro a emergir do pântano recessivo e passasse a estabelecer, nos anos seguintes, seus recordes de emprego formal, produção e venda de numerosos produtos.

Também valeu muito, à época, a maneira tranquila e confiante do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva de cunhar a crise como “marolinha”, inflando a autoestima dos brasileiros. A cena repete-se no discurso proferido pela presidente Dilma Rousseff, ao afirmar que “o País está 300% preparado para enfrentar a presente crise internacional”. De fato, bananas para isso não nos faltam: nossas reservas cambiais aproximam-se de 400 bilhões de dólares, o sistema financeiro está sólido e saudável e a retenção dos depósitos compulsórios no Banco Central permite adequada flexibilidade na liquidez da economia.

Assim, sem riscos para a estabilidade, a redução das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidentes sobre o crédito para pessoa física, as menores alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializados (IPI) na venda de veículos e a redução das taxas de juros do Programa de Sustentação de Investimento (PSI) deverão contribuir para melhorar a oferta de crédito, a retomada do setor de veículos, responsável por 20% do PIB da indústria de transformação, e estimular os investimentos produtivos. Somam-se a isso a redução dos juros que vem sendo efetuada e a atenuação da sobrevalorização do Real, que recupera um pouco a competitividade da indústria.

Assim, retórica política à parte, como a “marolinha” de Lula e os “300% preparados” de Dilma, a verdade é que o Brasil deverá enfrentar de modo positivo o novo fluxo de desventura da instável economia globalizada. Para isso, como diriam Braguinha e Alberto Ribeiro, temos bananas... soja, carne, etanol, petróleo, aviões, automóveis, agronegócio, indústria e serviços avançados e o mais importante: empresários e trabalhadores com muita disposição para a luta. “Somos da crise. Se ela vier, bananas para quem quiser”.


Nota do Editor: Antoninho Marmo Trevisan é o presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho Superior do MBC (Movimento Brasil Competitivo) e do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República).

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