Tristes olhos lacrimejantes e sem vontade. O garotinho estava sujo, roto e coitado: desnutrido! Os dentes todos corroídos pelas inúmeras e gigantescas cáries. O corpo maltratado. A única parte limpa de seu corpo era o polegar, que volta e meia ele levava a boca e ficava com o olhar distante, talvez sonhando; chegava a sorrir com as peraltices de outras crianças. Seus olhos vasculhavam todo o ambiente como se um novo mundo estivesse surgindo a sua frente. Quando ele parava e atolava o polegarzinho na boca, parecia flutuar ou viajar numa estonteante corrida pelo desconhecido, voava, voava e, na mesma rapidez e com a mesma meiguice seus pequeninos lábios transformaram-se num lindo e leve sorriso. Seus olhos eram centelhas de luz, de paz, de esperança e sonhos!... Ah! Como eu gostaria de entrar na frequência de teu pensamento e contigo flutuar ao sabor do mais sublime dos sentimentos - o amor!
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