Em 2001 quando Itapevi se preparava para receber um aterro sanitário em área de nascentes, minha mãe (Luiza Papa) foi uma das principais estimuladoras pela preservação da área. Naquela época tinha 14 anos e me senti envolvido com questões sociais, econômicas, ambientais e políticas que permitiu um amplo conhecimento prático. A preocupação principalmente com as questões ambientais, protagonizaram diversas mobilizações sociais em prol do resgate da conscientização referente à natureza e aos direitos dos cidadãos. Nesse percurso de vida, desenvolvi uma visão ampla de muitos setores e áreas de atuação. Aos 15 anos, recebi um exemplar da Agenda 21 (limitada a três mil exemplares). Já em 2007, com 20 anos, nascia a Organização Não Governamental Projeto Semente - Amparo Responsável Educacional de Incentivo Artístico e Ofícios da qual sou um dos diretores. A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco 92 ocorrida no Rio de Janeiro. É um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, ONGs e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade e o desenvolvimento humanitário, não apenas a quantidade do crescimento. Em 2008, integrei o Projeto PNUD BRA 00/022 da Organização das Nações Unidas, representando o 2º setor do estado de São Paulo na capacitação de sistematizadores estaduais para a realização da III Conferencia Estadual do Meio Ambiente em Brasília, entendi os mecanismos que manipulam e mascaram as atividades para a sociedade. Agora, 20 anos após a realização da Eco 92, vem a Rio+20 dando uma oportunidade de refletir sobre o futuro que queremos para o mundo nas próximas duas décadas. Segundo Brice Lalonde (Coordenador Executivo da Conferência), este é um momento histórico para desenvolver ideias que possam promover um futuro sustentável - um futuro com mais postos de trabalho, com fontes de energia limpa, com mais segurança e com um padrão de vida decente para todos. "A Rio+20 é um dos maiores encontros mundiais sobre o desenvolvimento sustentável do nosso tempo", disse Brice. Não vislumbro resultados positivos práticos para a Rio+20 onde governos, empresas, ONGs e sociedade têm interesses divergentes. E você, acredita? Nota do Editor: Fernando Papa, 25, é diretor da ONG Projeto Semente (www.projetosemente.org.br).
|