- Olá!! Quanto tempo! - Oi... - A senhora se lembra de mim? Seu aluno no terceiro ano do primário... Lá na “Wenceslau Pimenta...”. Que prazer revê-la! - Puxa... São tantos alunos, né? A gente não consegue lembrar todos... - Eu sou o Eduardo... - Eduardo? - Eduardo Nunes Mendonça, o que ia de bonezinho, a senhora ficava brava... - Brava? - É... Era proibido o boné. A diretora não gostava... - Era... Boné não podia mesmo... - Eu sentava perto do armário. Ali do lado da janela que dava pros fundos... - Lembro, acho que lembro... - Tinha o Eltinho, lembra do Eltinho? - Eltinho? - O do cabelinho de fogo, dava pó pra cheirar, aquele menino... - [Risos]... Vai ver era tão “custoso” que minha memória apagou, hein? - É... Dava a maior dor de cabeça pra senhora. Todo dia ia pra diretoria... - Ah, tantos me deram dor de cabeça, Eduardo... - Edu... A senhora me chamava assim... - Edu... Deve ser mesmo. Sempre tive essa mania de encurtar: Leo, Rafa, Guto, Ju, Tati, Pati, Lu, e... Edu... [risos] - Bons tempos... Eu também era levado da breca, mas estudava muito... - Que bom! Levado da breca e preguiçoso é que é danado, né? - Já tô no final de Engenharia Civil... - É mesmo? Parabéns! Fico muito orgulhosa... - Graças à senhora, me ensinou muiiiiita Matemática! - Ah, eu sempre admirei as ferinhas dos números... - É, eu lembro... Pegava no meu pé com a tabuada... - Tabuada... Êh tabuada que me dava trabalho! Deixava sem recreio quem errasse nos Fatos de Vezes, não era? - Isso eu não lembro. Nunca fiquei... [risos]. - Vai se formar quando? - 2013, e a senhora é convidada. - Eu vou! Já fui a muitas formaturas de ex-alunos. Tem muita gente formada aí na cidade que passou pela minha tabuada... - E eu não sei? A senhora é popular, professora famosa... - Ôh! E professora fica famosa, menino? - Fica, uai, quando deixa lembrança boa, saudade na gente... Igual à senhora... - Ah, obrigada, não mereço... - Merece sim! A senhora soube ser inesquecível, dona Regina! - Regina? Rejane, irmã da Regina... - Hã? Ih, danou-se dona Rejane...
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