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Opinião
28/06/2012 - 06h07
Desencanto das bruxas
Dartagnan da Silva Zanela
 

Afirmar que a condenação da bruxaria é algo razoável, atualmente, soa indelicado. Não é por menos. Hoje, tal prática é pintada pela grande mídia e pelo ensino oficial como um reles produto da diversidade cultural. Os praticantes desta aparecem como heróis outsiders ou apenas como inocentes senhoras que faziam chazinhos com ervas e que injustamente eram condenadas pelos padres malvados. Mas será que é isso mesmo?

Bem, em termos antropológicos, Claude Levi-Strauss nos lembra que as práticas mágicas firmam-se em três colunas: (i) a vítima do encanto deve crer na existência e eficácia dos poderes do feiticeiro, (ii) o feiticeiro deve crer que ele controla forças sobrenaturais e (iii) deve haver em torno de ambos um círculo de pessoas que reafirme essa convicção criando uma atmosfera de credulidade.

Ora raios! Se formos avaliar as inocentes práticas de bruxaria apenas por esse viés, torna-se claro que ela pode ser qualquer coisa, menos uma prática inofensiva, sem razão alguma para ser temida. Ela é, neste caso, no mínimo, picaretagem, porém, não é apenas isso que há neste angu.

A Santa Madre Igreja e o bom-senso, ao condenar a bruxaria, vêem nesta um instrumento das trevas para atormentar e perder as almas. O curioso nisso tudo, no que se refere aos que discordam deste veredicto, é que nenhum deles jamais leu um tratado de demonologia ou a obra de um padre exorcista que seja. Ué! Cabe lembrar que era e é contra as forças infernais que a Igreja luta. Se os apologistas das bruxas realmente desejassem compreender a história teriam tomado conhecimento destas obras que descrevem este combate. As obras do padre Gabriele Amorth e José Fortea seriam um bom começo.

Além disso, os estudos parapsicológicos nos descrevem com fartura fenômenos que escapam a alienante rotina cotidiana, que fogem à incapacidade mesquinha de explicar tudo com meia dúzia de esqueminhas de palavras vazias, enfeitadas com toda aquela pompa de pseudociência materialista.

Enfim, os fenômenos descritos pela parapsicologia existem, o simulacro descrito por Levi-Strauss é presente e a ação das forças infernais tão constantes quanto sutis e, penso que, as três situações merecem a nossa atenção, precaução e imprescindível advertência, haja vista que nenhuma das possibilidades apontadas pode ser vista como algo inofensivo.

Ah! Mas é claro! Havia me esquecido que somos modernos e, neste caso, a ignorância desdenhosa é maior que o desejo sincero de conhecer. Desdém este que nos basta para fecharmos os olhos aos fatos e continuemos tolamente acreditando naquilo que nos é mais confortável, tapando o sol com nossa voluntária cegueira.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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