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Opinião
03/07/2012 - 07h11
Cachoeira, o terremoto e a crucial reforma
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A afirmação da mulher de Carlinhos Cachoeira, de que ele vai falar tudo o que sabe, deve estar preocupando muita gente. Se verdadeiras as notícias de que o bicheiro exerceu o tráfico de influência e corrompeu muita gente em diferentes esferas do poder, suas informações poderão representar um verdadeiro terremoto político-administrativo. A partir de agora seus carcereiros têm de reforçar a segurança, pois aumentam as possibilidades de tentativas de queima de arquivo. A anunciada disposição à delação pode até ser inverídica, mas preocupa.

Episódios como os de Cachoeira, mensalão, sanguessugas e outros que povoam a crônica política nacional são grandes fatores de descrédito para as instituições e seus integrantes. São raras as figuras da cena política que, devendo ou não, conseguem escapar da onda de repulsa criada na comunidade em relação aos políticos e seus seguidores. Cada dia mais, o povo atribui à classe todos os problemas vividos pela sociedade. Em parte, culpa da própria classe, que promete mundos e fundos na hora de arrebatar o voto, mesmo sabendo que pouco ou nada poderá ser feito depois das eleições.

Pelo menos em relação ao mensalão, a sociedade acompanha com vivo interesse o julgamento que deverá começar no dia 2 de agosto. O caso Cachoeira, embora ele e alguns parceiros estejam presos, ainda está no começo. Os sanguessugas parece terem caído no buraco negro, a exemplo de outras safadezas noticiadas.

Além das apurações e da mais justa e severa punição daqueles que cometeram irregularidades, há que se promover prioritariamente uma ampla reforma de administração e conceitos em todo o país. As instituições dos três poderes, nas esferas federal, estadual e municipal precisam rever seus ritos e esquemas de funcionamento para, a partir daí, fechar as torneiras e reparar os vazamentos que fazem o dinheiro público escorrer para finalidades indevidas. Os crimes, desvios e falseios que têm emporcalhado a administração pública brasileira têm de, nesse momento, servir pelo menos de alerta para evitar a sua repetição e se, mesmo assim, voltarem a ocorrer, os responsáveis têm de ser afastados e denunciados para a justa reparação.

A reforma tem de ser conceitual. Não deve ficar restrita apenas aos controles dos contratos e do dinheiro público. Todos os que fazem parte do sistema têm o dever de trabalhar para que cada centavo arrecadado em impostos faça o máximo possível de serviços em favor da população. Os políticos, além de não roubar, têm de fiscalizar para que outros não roubem. Os funcionários devem realmente vestir a camisa e cumprir com suas jornadas e obrigações. Só dessa forma seremos capazes de, num futuro, ter orgulho da sociedade que construímos e, como resultado, passar a integrar o bloco dos países desenvolvidos.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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