Urologistas alertam para a saúde da próstata
O câncer da próstata (CaP) é atualmente o mais comum na população masculina e o segundo em índice de mortalidade. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que mais de 60 mil novos casos da doença serão diagnosticados apenas em 2012 no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os exames responsáveis pelo rastreamento da doença podem salvar vidas. “Quando detectados na fase precoce, as chances de sobrevida e até mesmo cura aumentam”, relata o presidente da Sociedade, o urologista Aguinaldo Nardi. O rastreamento, ou o chamado screening, do câncer da próstata envolve a dosagem do Antígeno Prostático Específico (em inglês: Prostate Specific Antigen - PSA), toque retal e avaliação clínica. Segundo Nardi, o indicado é que homens a partir dos 50 anos façam o PSA anualmente ou depois dos 45 anos para os que pertençam a um grupo de risco, como os que têm caso de CaP em parentes de primeiro grau (pai ou irmão), pessoas da raça negra e obesos. Entretanto, muitas vezes, a realização do exame de toque e dosagens do PSA acontecem apenas em pacientes com sintomas da doença, como alterações urinárias, queda do estado geral, dores ósseas etc., é considerado tardio. “O diagnóstico do câncer de próstata na fase que apresenta sintomas, em geral, já caracteriza doença neoplásica avançada e com menores chances de cura ou controle”, conta Nardi. Apoiam essa ideia a Associação Americana de Urologia (AUA) e a Associação Europeia de Urologia (EAU). A dosagem do PSA não é um teste isolado de análise de câncer da próstata. Contudo, “representa uma ferramenta na avaliação de CaP em cada paciente, devendo ser utilizado em conjunto com outros parâmetros na definição quanto ao melhor momento para a realização da biópsia prostática, se necessária. Desta forma, cabe ao urologista com base no exame de PSA, toque e avaliação pessoal indicar o melhor procedimento para o paciente”, observa o coordenador do departamento de uro-oncologia da SBU, Antônio Carlos Lima Pompeo. O exame de PSA O PSA é uma proteína produzida pela glândula da próstata. Os tumores na próstata normalmente causam uma superprodução de PSA, assim quando um exame (de sangue) revela um nível elevado dessa proteína, representa também alerta para a possibilidade de câncer. Os níveis de PSA ainda podem subir quando a próstata tem uma infecção ou uma dilatação da glândula, refletindo que o PSA por si só não é uma avaliação exclusiva no diagnóstico do CaP, exigindo o exame de toque e avaliação pessoal de cada paciente. Exame de toque O exame de toque dura cerca de 10 a 15 segundos. O especialista introduz um dedo na região retal (canal que liga o ânus ao reto) do paciente para verificar se existe alteração na próstata. O exame oferece informações sobre o volume, consistência, presença de irregularidades, limites, sensibilidade e mobilidade da área. Idade para o rastreamento do câncer da próstata A Sociedade Brasileira de Urologia apoia que todos os homens devem saber da existência do PSA e demais exames para a detecção da doença, bem como os aspectos básicos como riscos e potenciais benefícios. A recomendação também é para o rastreamento anual em homens com mais de 50 anos. Homens de raça negra, com parentes de primeiro grau (pai e irmão) com CaP e obesos devem começar o rastreamento aos 45 anos. Após os 75, deverá ser realizado apenas àqueles que não apresentam sintomas, com expectativa de vida acima de 10 anos.
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