Dizem que uma cultura sucumbe a uma maior. Força do destino, ou porque a menor é menor! Ubatuba? Havia aqui alguma cultura? Claro. Ou aqui não havia cultura alguma e a que foi chegando foi ficando, foi ficando e está. Não havia na chamada cultura anterior um certo savoir faire? Foi trocada, é certo, por nenhum savoir? Como não há parâmetro (Sartre?) tudo é possível. Depois desse estranho preâmbulo, a malta já se refastelando sem nenhum savoir vivre ou faire, e como chove, ficam todos ensandecidos a procura de algo que não sabem o que é. Aqui está o perigo. O que faz uma turba que existe, mas não pensa? Responda rápido? Uma dica rápida: estão numa cidade praieira que só lhes oferece praia, areia, areia, praia. Yes man, the mall. Vão todos ao supermercado. De dia. À noite andam pelas avenidas (vida?) e se locupletam de pinga e coca-cola ou quejando. Diria a canção: é a vida, é a vida. Cada um com sua ou na sua tribo. O pior ainda está por vir. Ah o porvir! Carnaval! Axé, pagode, libelos dito musicais em forma de queixumes sociais, bêbados, pederastas e prostitutas em pleno júbilo, congraçamento. A irmandade inexeqüível, tão querida, quase às suas mãos. Mãos bobas, claro, ninguém é de ferro, aliás, ferro na boneca. Nas bonecas também, pra quem gosta. Ubatuba já foi conhecida como a pérola do litoral. Indeed. Os porcos estão(rão) desfrutando. Arrelá!
Nota do Editor: Luiz Carlos dos Santos é ubatubano e professor.
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