Posso, caso permitam-me, contar-lhes uma pequena história de um instrutor enlouquecido pelo magistério. Apesar dos pesares, este merece ser honrado. Não o conheci pessoalmente, mas ouço falatórios diariamente de suas dinâmicas em sala de aula. Um dia ensolarado, fui até o portão de minha residência e vi alguns estudantes conversando sobre ELE - O enlouquecido. Os discentes que ali estavam, falavam com muito orgulho de seu instrutor. A princípio, até pensei que eles ganhavam para divulgar o nome de seu mestre, mas me decepcionei. Fui me aproximando... Aproximando... Aproximando... E, pude observar a vestimenta de um dos meninos. Estava assim: trajava uma calça surrada, cabelo despenteado e uma blusa amarelada. Entretanto, sua oralidade era de impressionar qualquer um. Uma vez que a maioria dos jovens do século vigente tem sido domado por “códigos linguísticos anormais”. Pois bem, tentei conter minha curiosidade, mas não consegui. Logo, para não perder nenhum bloco da conversa, me escondi atrás do muro. Aqui, eu pensando, ninguém vai me encontrar. (...) De repente, agora confortado no meu “lugarzinho” na plateia, ouço uma voz ecoando assim: - Putz! Já estudei em escolas que aparentemente são tidas como as “melhores” do município. Mas, foi com ele que aprendi o real sentido de ser estudante. Ao ouvir aquela pronuncia de um “garoto”, fique abobalhado e surpreso. Ele, o aventureiro da vida, disse que o tal mestre, desconhecido por mim até então, havia o ensinado o real sentido de ser estudante. Pensei comigo - ainda estando escondido dos meninos: - Foi isso mesmo que ouvi! “... ele ensinou-me o real sentido de ser estudante”. Após aquele dito ficar martelando na minha caixa craniana. Fui criando um caminho para entender melhor aquele jovem. Aí, continuando atrás do muro, pensei novamente: - Ele não tinha entendimento algum do que é ser realmente estudante. Mas, não satisfeito, abri o portão que liga minha sacada à rua e os saudei com uma boa tarde. Eles, por sua vez, responderam educadamente e perguntaram se eu gostaria de fazer parte do ciclo de debate sobre A VERDADEIRA MISSÃO DE UM INSTRUTOR. De imediato os respondi: - É claro, agradeço-lhes. Minha primeira participação foi perguntar aquele estudante sem aparência o seguinte: - Quem é aquele seu instrutor que o mostrou o verdadeiro sentido de um estudante? - Nem quis saber seu nome, eu queria mesmo conhecer um pouco mais sobre aquele detentor do conhecimento. - “Ok”! Então, vou contar-lhe, primeiramente o desejo de seus pais. Zébio, mais conhecido como o “cara”. Todas as vezes que se deparava com a sala de aula, sua fisionomia alterava repentinamente. Ele não dava confiança para os seus problemas particulares e tampouco se preocupava em satisfazer o seu ego. Seu único objetivo era conduzir seus alunos por um caminho coeso. Portanto, para o jovem professor, ser instrutor é uma dádiva concebida pelo pai da sabedoria - Deus. Por isso, não podia decepcioná-lo. Fora escolhido diante de milhões de pessoas. Desta forma, tentava completar todas as lacunas existentes na mente do seu aluno. Em uma de suas aulas sobre a sabedoria olha o que ele disse: “Instruir é uma função honrosa, mas árdua para aqueles que a conduz com sinceridade, dignidade, impetuosidade e sem perder nenhuma convicção que um dia os seus instrutores alcançarão pódios e incansáveis aplausos”. Hum! Hum! Por isso que aquele estudante falava de seu mestre com maior alegria e satisfação. Ele, sendo instrutor, conseguiu mostrar o quanto os instruídos tendem HONRAR seus instrutores. Por fim, muitos mestres estão por detrás do muro só instruindo e seus ensinamentos tão logo aparecerão. Parabéns, Zébio! Nota do Editor: Leandro da Silva, professor em História pela Universidade Gama Filho/Piedade - Rio de Janeiro. E-mail: prof.leandrosilva23@yahoo.com.br.
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