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Opinião
09/08/2012 - 07h07
Façam o que eu digo, mas...
Adilson Luiz Gonçalves
 

É possível encontrar boas intenções no discurso de todos os algozes da humanidade.

Não é à toa que São Bernardo de Clairvaix, ao que consta, teria afirmado que "o inferno está cheio de boas intenções", e muitos afirmam que o inferno é aqui.

De fato, algumas "boas intenções" tornam nossa vida um mar de atribulações e tributações, enquanto os "diabinhos", embora chafurdados na lama, vivem "imaculados" e imunes num paraíso... fiscal.

Suas "boas intenções" encobrem a corrupção, o que trazem no íntimo - inclusive nas cuecas - e outras maldades dissimuladas. Elas também integram o acervo do modelo de gestão "façam o que eu digo, mas, não façam o que eu faço", de quem se coloca acima do discurso, sempre com uma "boa" justificativa para seus desvios de conduta, que, aliás, são sempre em nome de um "bem maior".

É assim desde que o primeiro troglodita golpeou outro, com sua clava, defendendo um "bem maior": o seu!

Talvez ele o tenha feito por instinto de sobrevivência. Mas, o que dizer de quem o faz por desejo de poder, sacanagem ou locupletação?

O argumento de que os fins justificam os meios tem servido de desculpa para que alguns repitam as mesmas barbaridades antes atribuídas aos que criticavam. Isso é pior ainda quando parte de quem sempre discursou em defesa da liberdade e democracia!

A impressão que fica é a de que a liberdade que pregam é a de fazerem o que querem impunemente, em nome de "sua história"; e a democracia que defendem é a de um por todos, desde que eles sejam o "um", intocável e venerado, enquanto quiserem ou forem vivos. Culto à personalidade não combina com democracia!

Qualquer um que se coloque acima do bem e do mal, como liderança eterna e inquestionável, ícone autoproclamado, jamais poderá se considerar um democrata.

A corrupção também nunca será um meio que justifique um bom fim. O fim da corrupção, sim, seria um bom meio para evoluir!

E como acabar com a corrupção, esse cancro que impede o crescimento do Brasil, como nação e potência?

Não será com mais corrupção ou continuando a caracterizar a política como mero balcão de negócios, financiado com dinheiro público; nem mantendo tradições familiares de enriquecimento ilícito; ou, tampouco, com leis dúbias.

Nossas instituições devem ser respeitadas? Sem dúvida! Mas, para isso é preciso que o exemplo venha preferencialmente de dentro, pelo expurgo do que as macula; pelo exercício e blindagem de sua essência constitucional, e não dos que a denigrem.

Se isso não ocorrer, só restarão duas opções: o caos moral ou a desobediência civil, ambas de consequências terríveis, solos férteis para regimes de exceção.

O Brasil, para alcançar de fato a maioridade democrática, precisa de três poderes fortes, independentes e que, principalmente, sejam a real expressão do que nosso povo tem de melhor.

Lideranças carismáticas, vaidades, corrupção, interesses oligárquicos ou corporativos não podem continuar a conduzir os destinos de nosso país!

O voto resolve isso?

Infelizmente, em razão de leis dúbias, que protegem infratores, penalizando suas vítimas - às vezes toda uma nação! -, não tem sido assim.

No entanto, continuemos a fazer nossos votos para que, um dia, quem nos representa faça o que o povo quer!


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves, membro da Academia Santista de Letras, é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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