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Opinião
13/08/2012 - 07h20
Existe relação entre inclusão digital e felicidade
Luiz Alberto Ferla
 

A Internet representa a maior revolução na comunicação humana desde que Johannes Gutenberg construiu a primeira prensa móvel em 1440 possibilitando a disseminação de informação em massa, graças à impressão de livros em larga escala, o que desencadeou um processo revolucionário que derrubou sistemas políticos, criou novas ideias, economias, religiões, costumes... Atualmente somos protagonistas de uma revolução maior ainda, desencadeada a partir do surgimento deste novo meio de comunicação, o mais completo já concebido pela tecnologia humana: a Internet, que conjuga a interatividade e a massividade, possibilitando que todos sejam, ao mesmo tempo, emissores e receptores da mensagem. É a aldeia global de McLuhan concretizada muito além do que ele havia previsto.

Nos últimos cinco anos, período em que a Internet evoluiu e se difundiu mais do que nos 15 anteriores, a comunicação em todo o mundo tornou-se mais rápida, inteligente e efetiva, gerando grandes transformações no mercado de comunicação - mídias sociais, novos hábitos de compras, mudanças na relação de poder, na forma de consumir, revoluções políticas. Estes são apenas os primeiros passos de um processo que promete ser duradouro. A Internet já é o “continente” mais populoso do planeta, com 2,3 bilhões de “habitantes”, e sua maior Rede Social, o Facebook, é o 3º maior “país” do mundo, com mais de 900 milhões de “habitantes” e uma previsão de ultrapassar 1 bilhão ainda neste ano. Neste novo continente, repleto de vias duplas de comunicação, todos podem construir, escrever, falar e serem ouvidos, vistos, lidos. Por todos, entenda-se aqueles que lá se encontram, que dispõem de acessibilidade.

No entanto, uma parcela da população mundial ainda encontra-se excluída deste processo, sem condições de acesso a este novo mundo. No Brasil, isso se traduz em quase metade da população. Para transformar esta realidade, é necessário um esforço dos administradores públicos em direção à implantação de políticas de inclusão social e de amparo à oitava meta do milênio, que traça objetivos em relação à conectividade.

Em um ranking que avalia a inclusão digital de 150 países, o Brasil está na 72ª colocação, na média da América Latina. A pesquisa foi feita pela Fundação Getúlio Vargas, e mostra que 51,2% da população têm acesso à Internet, computador em casa, telefone fixo ou celular - não necessariamente todos juntos. O percentual está pouco acima da média global do grupo de países avaliados, que é de 49,1%.

A pesquisa mostra a existência de uma relação entre inclusão digital e felicidade. A cada 10% de ganho no Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (ITIC), a felicidade presente sobe para 2,2%. Dos países pesquisados, o Brasil é o que tem menor ligação entre felicidade presente e acesso à telefonia.

A pesquisa ainda indica que o principal objetivo de quem se conecta na Internet é a comunicação (37,3%), seguido por lazer (29,6%), leitura de jornais e revistas e busca de informação (28,7%) e educação e aprendizado (28,1%). O país com maior índice de acesso às tecnologias de informação e comunicação (ITICs) é a Suécia, com 95,7%. O Brasil, com 51,2%, está atrás de países como Kuwait (86,5%), Emirados Árabes (85,75%), Venezuela (63,2%), Chile (56,5%), Argentina (55,2%), Uruguai (55,2%), China (53%) e Colômbia (52%).

Se excluído o acesso ao celular no ITIC, há alterações nos países em pior colocação. Isso porque o celular tem peso significativo no índice de tecnologias e comunicação de países, sobretudo, da África. No continente, as taxas de acesso à Internet e telefone fixo ficam, na maioria dos países, em até 12%. No comparativo do Brasil, as populações das cidades com melhor e pior índices de acesso à Internet, computador em casa, telefone fixo ou celular são: Fernando Falcão, no Maranhão, com 3,7%, e, no outro extremo, São Caetano, em São Paulo, com 82,6%.

Santa Catarina apresenta o melhor desempenho nacional e destaca-se pela qualidade, já que 58,65% de seus computadores ligados à rede usam banda larga. Este resultado pode ser atribuído ao polo de tecnologia da informação e ao desempenho de suas universidades, fatores aliados à condição econômica da população, já que o estudo da FGV classifica a Internet como uma marca das classes A e B, predominantes em Florianópolis que é a capital com maior inclusão (77,1%). Florianópolis é também o segundo município do país em casas com computadores e o quarto em residências com Internet. Esses resultados também significam melhor mão de obra, população informada e com maior capacidade de aprendizado.

Sabemos que a inclusão digital faz uma diferença enorme na vida das pessoas, que se tornam muito mais preparadas intelectualmente, mais capacitadas e com melhor condições de conseguir um bom emprego. Por outro lado, a exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios deste século. É urgente que haja uma democratização das novas tecnologias.


Nota do Editor: Luiz Alberto Ferla é CEO da Knowtec, Talk, KeepingUp e DDBR - grupo de empresas de soluções digitais.

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