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Opinião
14/08/2012 - 07h21
A república sindical brasileira
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Professores em greve que compromete o ano letivo, policiais rodoviários federais em operação-padrão, policiais federais e fiscais aduaneiros com paralisação parcial, caminhoneiros bloqueando as principais estradas do país. A população sofre e a economia é afetada em conseqüência do radicalismo (muitas vezes de motivação mais política do que reivindicatória) dos movimentos, e não consegue vislumbrar uma solução para os problemas reclamados. Pelo contrário; no momento em que o governo reage diante do impasse com grevistas, as centrais sindicais, inclusive as aliadas ou parceiras do governo, passam a apoiar formalmente a greve e a criticar o “autoritarismo” governamental de suspender o ponto ou substituir grevistas.

Embora constitua um direito constitucional dos trabalhadores, a greve não pode e nem deve ser algo interminável ou ter impasse insolúvel. As partes envolvidas têm de compreender que a paralisação das atividades é o ponto crítico, pois a clientela atendida pelos serviços - principalmente os públicos - prestados pelos grevistas não é culpada e nem pode pagar pelo impasse. Que culpa têm os estudantes que podem perder o ano pelas reivindicações não atendidas de seus professores? E a população que passa a pagar mais caro pelo alimento em razão do travamento das rodovias ou das aduanas? E as empresas que deixam de receber no prazo as mercadorias e insumos importados para sua produção?

O governo tem o dever de garantir o funcionamento dos serviços executados sob sua responsabilidade ou concessão. Deve buscar a negociação com a máxima urgência e no limite de suas possibilidades. Mas, quando isso não é possível, tem de fazer valer sua autoridade, mesmo que isso possa lhe render a impopularidade junto aos grevistas. No impasse, existe a Justiça para dirimir dúvidas e garantir o cumprimento das leis. O que não pode é a eternização da inatividade.

Nos centros mais desenvolvidos do mundo, os trabalhadores fazem apenas uma manifestação onde levam sua reivindicação a quem de direito, e voltam ao trabalho, onde aguardam pela decisão. O outro lado entende aquilo como manifestação séria e faz a sua contraproposta, processando-se assim a negociação. A greve é o último instrumento, pois traz prejuízos. Infelizmente, no Brasil tem vigorado a idéia da greve política, onde os reivindicantes buscam mais o confronto e a afirmação ideológica ou partidária do que a reivindicação. Via de regra, não existe sinceridade em nenhum dos lados. Os trabalhadores pedem aquilo que o empregador (estatal ou privado) não pode oferecer e este radicaliza oferecendo percentuais irrisórios.

Para o bem-estar geral, é preciso acabar com a greve de motivação político-ideológica e estabelecer discussões mais realistas entre patrões e empregados. Não podemos correr o risco de voltar à situação de república sindical. Em 1963/64 começou assim e, deu no que deu...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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