Essas duas palavras juntas, parece algo "nada haver", talvez sem chance alguma de estar juntas, já que Carnaval é ligado diretamente as doenças venéreas, AIDS e gravidez indesejável. Pois bem, vamos falar de bebida, fumo e sexo relacionado com o Carnaval e o Câncer. Nós oncologistas que tratamos de todos os tipos de tumores, pelo ao menos tentamos, já começamos a relembrar a população que a segunda maior causa de morte no Brasil são as neoplasias malignas (tumores), perdendo somente para as doenças cardiocirculatórias. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2005 haverá no Brasil, 402.190 mil novos casos e 127 mil óbitos devido a doença. Com isso, vem a nossa preocupação na "prevenção" primária, ou seja, informar e orientar para não existir a ocorrência do tumor. Carnaval é dança por quatro dias e em alguns lugares até cinco. E para dançar mais, as pessoas ingerem bebidas alcoólicas para se soltarem e conseguirem acompanhar a festa; da bebida que deixa o folião mais eufórico, a pessoa fuma mais, deseja cada vez mais o prazer e daí o vem o sexo. Desse sexo pode haver a transmissão do vírus HPV (Papilomavírus) que predispõe ao câncer de útero. Já o uso constante da bebida alcoólica associada ao cigarro predispõe a úlcera e gastrite, e no Carnaval ao longo dos dias de folia, as pessoas tendem a exagerar e os sintomas começam a aparecer. E mesmo pelas muitas falhas no sistema de saúde público e por não se atentar a procurar um médico especializado, pode-se chegar a desenvolver um câncer de esôfago, estômago e até de cavidade oral. Sem falar do vírus Epstein Barr que pode causar o câncer de naso faringe. Não esquecendo do câncer de pulmão, a doença que mais mata e está relacionado com o cigarro em 90% dos casos. Vale lembrar que para ser viciado, segundo estudos clínicos, basta somente uma tragada, principalmente nos casos de adolescentes e crianças. Por termos tantos canceres e uma expectativa de incidência cada vez maior e na maioria das vezes mortalidade também, aí vem aquelas palavrinhas: beba com moderação, não fume e use camisinha. São frases que podem ajudar você a viver melhor, sem ter que submeter a tratamentos mais rigorosos. Pense nisso! Nota do Editor: Edra D. P. de Oliveira é médica oncologista da Oncocamp, Clínica de Oncologia de Campinas.
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