A vida de Milton Teixeira pode ser tema de vários livros, sobre vários assuntos. Seguramente, muito será dito e escrito sobre ele, pois poucas pessoas marcaram tanto a vida da cidade de Santos. Ele militou, sempre com dedicação e dinamismo, na educação e no esporte. Um homem de grandes feitos, sem dúvida! Suas conquistas pelo Santos FC, seja no esporte amador, seja na Presidência do Alvinegro Praiano são emblemáticas, inesquecíveis! Sua preocupação com o desenvolvimento da cidade e região, o levaram a criar os cursos de engenharia na Baixada Santista. Essa grandeza de ideias e espírito extrapolou os limites da cidade, e hoje dá frutos pelo Brasil e, até, fora dele! No entanto, era nos pequenos detalhes que ele conquistava o respeito, admiração e, sobretudo, a amizade das pessoas. Ecumênico, na acepção da palavra, uma frase que ele sempre repetia, no início de cada semestre letivo, sintetizava bem essa consciência: "Deus é maior!". Fiel a essa crença holística, ele não fazia distinção de credo, raça, gênero ou condição social. Era comum vê-lo a caminhar pelos corredores da universidade, cumprimentando e conversando atenciosamente com professores, funcionários e alunos, inclusive lembrando de seus nomes, característica herdada na mesma medida por seus filhos. Prezava suas antigas amizades com a mesma intensidade e prazer com que fazia novas! Antes da expressão ser consagrada em técnicas modernas de gestão de pessoas, ele naturalmente já considerava como colaboradores todos os trabalhavam com ele. Era objetivo em estabelecer metas, mas o calor humano de sua abordagem fazia com que as pessoas "vestissem a camisa", com o mesmo afeto. Outra imagem marcante era observá-lo caminhar pela geral do Estádio Ulrico Mursa, nos jogos da Portuguesa Santista, com um indefectível chapelão de palha. Santista de múltiplas formas, ele também era apaixonado pelo esporte da cidade. Milton Teixeira dedicou sua vida à educação e às práticas esportivas, em todos os níveis. "Mente são em corpo são" encontraram nele a condição de projeto de vida! Transformou, ao lado de Nilza, o sonho de uma pequena escola no maior complexo universitário da Baixada Santista, renomado dentro e fora de nossas fronteiras. Ele deixou muitas obras, inclusive literárias! Uma herança que não se perderá no tempo, pois foi plantada com fé e amor. Herança formada com profissionalismo e competência, mas, também - e principalmente - com amor e paixão! Sua partida deixa saudade, como já o fazia não vê-lo na universidade. Mesmo assim, era - e continuará - sendo inevitável, ao entrar pela portaria da R. Lobo Vianna, olhar para o lado e imaginá-lo sentado no mesmo banco, conversando com o funcionários e acenando para quem passa... O corpo físico nasce, cresce e retorna à natureza. O espírito, no entanto, existe além dos limites da compreensão humana, qual semente que se planta nos campos da mente. E a lembrança e o exemplo do que fomos é o principal legado que podemos deixar! Nesse sentido, não há distância nem tempo que leve ao esquecimento, pois "Deus é maior"! Boa viagem, Milton Teixeira! Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves, membro da Academia Santista de Letras, é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.
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