Enquanto especialistas tentam compreender por que as mulheres se apavoram mais ao perceber um caroço no seio do que quando constatam que estão sofrendo de pressão alta, a mídia reforça a importância da prevenção das cardiopatias através da eliminação dos fatores de risco. "Mulheres hipertensas são como uma bomba-relógio. O aumento da pressão arterial leva a doenças do coração - aumentando as chances de um ataque cardíaco -, compromete vasos sangüíneos e, inclusive, o funcionamento dos rins", diz Alexandre Santos, cardiologista do Hospital Santa Paula, de São Paulo. Quando não tratada, a pressão alta é a principal causa de infarto agudo do miocárdio (IAM). Nos Estados Unidos, mais de meio milhão de mulheres morrem de cardiopatias a cada ano - o que corresponde a mais do que todas as dez principais causas de morte somadas. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que 300 mil pessoas morrem a cada ano em virtude de doenças do coração. "Considerando que as mulheres representam metade desse número, temos 150 mil mortes ao ano contra 9 mil que falecem de câncer de mama", diz Santos. Segundo o cardiologista, a hipertensão atinge entre 10% e 15% dos brasileiros. Sabe-se que entre os pacientes obesos, essa taxa permanece entre 20% e 40%. Em diabéticos, entre 30% e 60%. Negros, entre 20% e 30%. E idosos, entre 30% e 50%. "Em cada dez infartos, quatro atingem mulheres. Mas elas costumam apresentar menor taxa de sobrevivência", diz. "Além de controlar a hipertensão, as mulheres precisam reduzir outros fatores de risco que têm negligenciado, como tabagismo, estresse, sedentarismo, níveis de colesterol e triglicérides, obesidade e taxa de açúcar no sangue. Aquelas que têm parentes próximos que morreram de cardiopatias também devem redobrar os cuidados com a saúde", diz o médico.
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