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Opinião
03/10/2012 - 11h04
As razões do coração
Montserrat Martins - EcoDebate
 

“O coração tem razões que a própria razão desconhece” era verdade antes do cinema e da publicidade se tornarem ciências, desvendando as emoções humanas, a ponto de suas técnicas comoverem bilhões de pessoas no mundo inteiro. Essa linguagem supera barreiras culturais porque, como já disse Carl Rogers, “o que existe de mais íntimo e pessoal é o que existe de mais universal”.

A Comunicação Social como um todo e o Cinema e a Publicidade em especial não são hoje apenas ciências, mas sim as mais desenvolvidas dentre todas as ciências humanas e sociais, incluindo as psíquicas. Há conhecimentos fantásticos ainda a serem mais explorados sobre a mente humana, como os conceitos de arquétipos e de inconsciente coletivo, de Carl Gustav Jung. Entre os que mais se aprofundaram nestes estudos estão os roteiristas de cinema, leia “A Jornada do Escritor”, de Christopher Vogler e observe como são construídas as características dos protagonistas.

A já centenária indústria do cinema investe em pesquisas para analisar as reações dos espectadores, pois isso implica em bilhões de dólares. Não é por acaso que suas teorias, hoje, estejam mais desenvolvidas que as ciências psíquicas acadêmicas, em muitos aspectos. Enquanto psiquiatras e psicólogos tem o “feedback” das pessoas que atendem em seus locais de trabalho, os cineastas colhem reações em massa (e de todos os tipos) a cada produto que lançam no mercado. Sendo que seu “produto” é uma história cujo sucesso depende das emoções que mobilizar ou não.

Em “Teoria e Prática do Roteiro”, de David Howard e Edward Mabley, você compreende os elementos básicos para lhe envolver emocionalmente. Há sutilezas cuidadosamente construídas que você nem imagina, como a “ironia dramática”, quando o espectador tem informações que o protagonista não tem, gerando a sensação de “participação” em quem assiste o filme, tentando “avisar” ao personagem do que este não sabe. Mais perspicaz ainda é a “dupla mensagem”, na qual a expressão facial do personagem denota (muito sutilmente, para você ter a sensação de que só você percebeu isso) emoção contrária ao que está verbalizando.

Existem “nichos” de público, claro, há “heróis” para todos os gostos, desde uma história de superação tipo as interpretadas por Al Pacino, até historinhas de celebridade como Britney Spears para a sessão da tarde. Mas a fórmula básica tem elementos iguais, protagonista tem de ter credibilidade, contradições humanas (que filmes antigos tinham pouco, eram ‘maniqueístas’), determinação e afeto ao mesmo tempo, numa história envolvente. Eu não sei quem vai ganhar as eleições na sua cidade, mas se for em uma região metropolitana, onde a TV costuma ser decisiva, quem chegar ao segundo turno é porque terá transmitido de modo convincente essas emoções básicas - da determinação ao afeto - aos seus eleitores.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br), é psiquiatra.

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