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Opinião
10/10/2012 - 11h01
O terrorismo do ser humano
Breno Rosostolato
 

O terrorismo é um ato selvagem e desleal, com o intuito de causar dor e sofrimento a uma pessoa, grupo, sociedade e população. Alguns estudos apontam que isso começou no século 1 d.C., quando os sicários (que significa “homens de punhal”) atacavam cidadãos judeus e não-judeus, considerados a favor do domínio romano. Hoje, inúmeros são os grupos terroristas espalhados pelo mundo como o ETA, na Espanha; as Farc, na Colômbia; os Tigres Tâmeis, no Sri Lanka; o Ira, na Irlanda do Norte; a Al Qaeda no Afeganistão e grupos islâmicos fundamentalistas em diversos países africanos e asiáticos. O impacto do ato terrorista, num primeiro instante, causa perplexidade e consternação. A população fica apavorada e dá vazão a uma histeria, ou seja, descontrole emocional, insegurança e medo. Num segundo momento, a sensação de medo revela tendência a uma reação selvagem e primitiva. O medo continua, pois o sentimento alimenta a percepção, a compreensão da fragilidade e do ódio, fomenta a retaliação. A reação ao sofrimento é imediata e igualmente destrutiva. O medo, ao mesmo tempo em que deixa a pessoa em alerta, pode distorcer uma verdade, confundir. No nazismo existia a expressão Führerprinzip, ou seja, o princípio de liderança, a lei do chefe. O pai eleito que protege seu rebanho, sua prole, seus filhos. O nazismo, que possuía como argumentação um movimento político, foi liderado por um déspota que regeu toda uma nação à sua imagem e mentalidade.

A ação terrorista possui este mecanismo. Influencia opiniões e controla pessoas contra um determinado grupo. Acreditam em qualquer coisa que seja apoiada no medo e passam a lutar, supostamente, por um ideal.

Uma interpretação básica do inconsciente coletivo pelo psicólogo Carl Gustav Jung nos ensina que a existência humana está relacionada aos eventos do passado e que nossa psique herda as influências das imagens e experiências do passado e cria os arquétipos, fenômenos psíquicos que persistem e se moldam no nosso inconsciente. Colhemos o que plantamos, portanto, somos o reflexo de nossos pensamentos e influenciados por pessoas, grupos, comunidades, sociedades, ideologias e muitas outras camadas que antecedem o que é atual e constitui nossa realidade. Um exemplo desta concepção foi que, por causa da Inquisição na Idade Média, o Vaticano, séculos depois, se retratou e pediu desculpas pelas atrocidades que a Igreja Católica cometeu na época, admitindo sua culpa.

Foi na ditadura no Brasil que houve as passeatas e as revoltas contra o regime autoritarista e as discussões das Diretas Já. Olhar para o passado e reconhecer os erros se faz necessário, não apenas para corrigi-los, mas o intuito é transformá-los em algo melhor. No terrorismo, as mortes de pessoas inocentes dão a tônica de uma violência desmedida e cruel. Não existem vítima e o vilão. A intersecção dos papéis confunde e desassocia a figura do herói e do bandido. Os ditadores continuam no comando e a sensação de medo circunda o cotidiano das pessoas. A sociedade continua repetindo as lições deixadas por seus tiranos e cria novos fascistas. Muitos se comovem com a desgraça alheia, outros se deliciam, e na verdade, todos agradecem por não ter sido com ele. Parece que temos muito mais dificuldades de aprender com os erros do passado, porque a soberba enfraquece a verdade, haja vista a bandalheira política, em que governantes e dirigentes se posicionam como deuses e são intocáveis. A intolerância bebe da mesma fonte das ideologias, a maioria, utópicas e sem valor. A violência do terrorismo, o derramamento de sangue, a chacina em massa de inocentes decretam a falência do humano que deixou de ser e existir.


Nota do Editor: Breno Rosostolato psicoterapeuta e professor da Faculdade Santa Marcelina.

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