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Opinião
12/10/2012 - 17h11
O que ainda esperar de 2012
Celso Petrucci
 

No final de julho, participamos de mais uma reunião da CII/CBIC - Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, em Porto Alegre. No encontro, com a presença de representantes de entidades de 17 Estados, tivemos a oportunidade de medir a temperatura do mercado imobiliário Brasil afora.

Exceto a cidade do Recife, que passa por um período de crescimento sustentado, quer pelos investimentos no Porto de Suape, quer pelos investimentos para a Copa de 2014, o que ouvimos quanto à acomodação do mercado e com o “fechamento” desse ano deixou-nos apreensivos.

Aconteceu um real encolhimento nas operações das empresas de capital aberto, que deixaram algumas cidades e regiões do País e estão concentrando suas atividades nos mercados tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Esse movimento, pelo o que entendemos, tem a ver com a dificuldade de administrar joint ventures e parcerias a partir de suas matrizes e com o excesso de lançamentos concentrados em anos anteriores, que levaram essas empresas a atrasar a entrega das obras e, consequentemente, suportar o aumento de custos daí originados.

A confiança do empresário no mercado consumidor diminuiu e, como consequência direta desse movimento, os financiamentos à produção com recursos da poupança caíram 27,6% no primeiro semestre, apesar do crescimento de 23,5% nos financiamentos às pessoas físicas no mesmo período. Outro fator a ser considerado é o aumento de preços dos últimos anos que se reflete na redução da oferta de produtos para as classes B-, C e D, principalmente àqueles compradores enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida.

Na cidade de São Paulo o quadro não é diferente, pois o nosso mercado imobiliário reflete o comportamento da economia do País. Em 2010, quando o PIB cresceu 7,5%, as empresas incorporadoras ofertaram 38 mil novas unidades residenciais, e o mercado respondeu bem, com o escoamento de quase 36 mil unidades durante o ano. Já em 2011, quando o PIB cresceu 2,7%, mesmo com os lançamentos mantidos na casa de 38 mil unidades, as venda caíram para aproximadamente 28 mil unidades. No final de 2011, a oferta - ou estoque - de imóveis novos não comercializados subiu para quase 20 mil unidades.

No primeiro semestre deste ano, por sua vez, foram lançadas, na Capital, 8.862 unidades, o que representa a redução de 37,2% comparativamente ao primeiro semestre de 2011, quando foram postas à venda 14.112 unidades. Já as vendas, em número de unidades, cresceram 2,6% em relação ao ano passado registrando a comercialização de 11.981 imóveis contra 11.680 unidades em 2011. Em valores corrigidos pelo INCC-DI o resultado é muito próximo, R$ 6,1 bilhões em 2011 e R$ 6 bilhões em 2012. Qual a leitura desses números?

Apesar da queda expressiva nos lançamentos, a demanda está aderente aos preços e aos produtos ofertados. Além disso, os incorporadores estão lançando e vendendo muito mais unidades de dois dormitórios, atendendo a uma maior fatia da pirâmide social, principalmente para adquirentes do primeiro imóvel.

Outro fator que interferiu nos números: a prefeitura e os órgãos envolvidos no licenciamento de empreendimentos precisam se reciclar, pois a aprovação de projetos na cidade diminuiu quase 20% no acumulado dos últimos 12 meses, até abril. Historicamente, o mercado da cidade de São Paulo lança de 30% a 35% dos seus produtos no primeiro semestre.

Depois de rever os números de lançamentos na Capital para 30 mil unidades, das quais 70% a serem lançadas no segundo semestre, os empresários do setor aguardam a informatização dos processos de aprovação de projetos e o começo do fim da burocracia.

Uma indústria, como a imobiliária, que trabalha com o equilíbrio entre oferta e demanda de imóveis, não é possível ficar aguardando mais uma década para que o setor público trabalhe em sintonia com a Era da Informatização. Se não formos acompanhados, o futuro ficará para trás.


Nota do Editor: Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e diretor executivo da vice-presidência de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade.

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